HERRERA CAUSA MAL-ESTAR
SUB-RENDIMENTO E EXIGÊNCIAS SALARIAIS AGRAVAM RELAÇÃO
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Adivinham- se tempos difíceis para Herrera no FC Porto. O processo de renovação contratual entre o mexicano e a SAD não chegou a bom porto, desgastou as partes e a atual má forma do médio foi a gota que fez transbordar o copo dos altos responsáveis azuis e brancos, um desagrado expresso na divulgação de anteontem de Pinto da Costa, segundo a qual Herrera pediu um salário bruto anual de 6 milhões de euros para prolongar o seu vínculo aos dragões. Com o dossiê de renovação congelado, Herrera terá de procurar reavivar a sua chama de herói da conquista do último título dentro de campo.
De acordo com as informações recolhidas por Record, o compro- misso do capitão com os objetivos e as exigências competitivas do FC Porto na atual temporada não está em causa. Porém, o seu sub-rendimento neste arranque de época está a criar um evidente desconforto na cúpula dirigente portista, na medida em que a sua continuidade no clube foi uma decisão tomada tendo por base a importância desportiva do médio em contraponto com o eventual ganho financeiro que poderia ter resultado da sua saída no verão.
Os dragões, que segundo Pinto da Costa chegaram, no passado, a rejeitar uma proposta de 30 mi- lhões de euros pelo mexicano, tiveram a oportunidade de transferi-lo no último defeso para o Lyon, da França, por 20 milhões de euros. A opção passou por manter Herrera, também por existir a expectativa no seio da administração de este vir a renovar contrato nestes primeiros meses de 2018/19. O médio sempre se mostrou feliz no Dragão, garantindo dar prioridade à estabilidade familiar e nunca deu sinais de que gostaria de sair. Um dado que, agora, redobrou a estranheza de Pinto da Costa face às exigências financeiras demasiado elevadas para a atual realidade financeira da sociedade…
Valorização sem proveitos Este desencontro de ideias acabou também por desgastar o próprio jogador, que entende ser merecedor de uma valorização clara do seu estatuto de titular e capitão. Além disso, a tal rejeição da proposta de 20 milhões de euros do Lyon não caiu bem a Herrera e ao seu representante, Nicholas Blair. Face ao destaque conseguido na última época e até pelo facto de ter apenas mais um ano de contrato, o médio entendia que, pelo menos, o FC Porto deveria ter dado luz verde à mudança, deixando então nas suas mãos a decisão de se transferir ou não para a Ligue 1. Num processo em que as duas partes têm lamentos a fazer, a questão neste momento passa mesmo por saber até que ponto Herrera conseguirá, dentro de campo, reclamar de novo o rótulo de imprescindível e esvaziar assim a pressão que as declarações de Pinto da Costa acabaram por colocar sobre os seus ombros. *
SAD SURPREENDIDA PELAS EXIGÊNCIAS FINANCEIRAS DO MEXICANO. INTERESSE DO LYON AGUDIZOU AS DIVERGÊNCIAS