De passagem por Lisboa, o antigo médio argentino, de 39 anos, voltou aAlvalade e falou em exclusivo aRecord. Do título em2000 àcarreirade treinador, dalesão de Beckhamao ataque àAcademia, nadaficou por dizer. “Se quemestáacimanão manda, estas coisas acont
Foi homenageado em Alvalade antes do último jogo com o Marítimo. Esperava este reconhecimento, 18 anos depois de ter ajudado o Sporting a ser campeão? DUSCHER – É um ato do presidente, a quem agradeço. Sempre que posso volto a Lisboa. Identifico-me com o Sporting, com as pessoas em Portugal. Quero manter sempre esta proximidade. Um dia gostava de ser treinador no clube. Espero retribuir tudo o que me deram.
Reuniu-se com Frederico Varandas, cuja candidatura apoiou. Já se conheciam?
D – Não. O Facundo [Quiroga] tem boa relação com o Battaglia, que lhe falou muito bem dele. Decidimos apoiá-lo porque vimos que iria por um bom caminho.
As eleições foram uma consequência do ataque à Academia, a 15 de maio. Como reagiu quando soube que adeptos agrediram jogadores no balneário?
“SE QUERES OCUPAR TUDO, NÃO OCUPAS NADA. EM TERMOS ORGANIZATIVOS [BRUNO DE CARVALHO] FOI UM DESASTRE”
D – Senti uma enorme tristeza. Quando soube que entraram ‘ultras’ no balneário e confrontaram os jogadores, a minha reação foi culpar o presidente. Se quem está acima não manda, estas coisas acontecem. Não sei muito bem como foi ou porque invadiram o balneário. Sei que foram agredidos jogadores e isto é algo que não pode acontecer, nunca. Ainda por cima, num clube tão grande como o Sporting.
E o primeiro responsável é o presidente?
D – Para mim, é. Porque é ele que manda. Se adeptos entram no balneário é porque não há um líder.
O que teria feito no lugar daqueles jogadores ?
D – É complicado. Atrás de um jogador, há uma família. Os estrangeiros, especialmente, perguntam-se onde estão metidos perante uma coisa destas. O lado bom é que o problema se resolveu fazendo eleições. Uma pessoa como o Frederico dá tranquilidade aos jogadores que querem continuar. O presidente tem de ser boa pessoa. Tem de saber administrar e saber o lugar que ocupa. Porque se queres ocupar tudo, não ocupas nada.
Isso aconteceu com o anterior presidente?
D – Quando estive cá em 2016, [Bruno de Carvalho] tratou-me bem, foi muito amável. Mas não deixa de ser um desastre por isso. Em termos organizativos, foi um desastre. Um presidente é tudo. E mais ainda no Sporting, em que é preciso impor muita disciplina.