REENCONTRO COM O VELHO INIMIGO
Kikas defronta hoje Yago Dora, com quem perdeu de forma polémica em França
O que fazem centenas de pessoas à beira-mar às 9 da manhã de uma terça-feira a meio de outubro? Assistem de perto ao melhor surf do Mundo, pois claro. Uma semana por ano é assim na praia de Supertubos, em Peniche, mas o MEO RipCurl Pro 2018, que ontem começou, já só conta com um português. Frederico Morais, único português residente no circuito mundial, foi ontem relegado para a 2ª ronda (de repescagem) da prova, depois de ficar em 2º lugar no seu heat da 1ª eliminatória. O cascalense de 26 anos não conseguiu entender-se da melhor maneira com as condições complicadas do mar e totalizou apenas 6,20 pontos, mais do que os 4,43 do brasileiro Wiggoly Dantas, mas menos do que os 10,94 do também brasileiro Ítalo Ferreira, 4º do ranking mundial. Desapontado e pressionado pela obrigatoriedade de alcançar um bom resultado em Peniche, de modo a manter-se no ranking mundial, Kikas optou por não falar naquele momento aos jornalistas e esperou pela ronda 2, que vai acontecer... apenas hoje, assim as ondas o permitam, diante do brasileiro Yago Dora, num verdadeiro ‘déjà vu’. É que Kikas, 22º do ranking mundial, perdeu com Dora, 21º, na última etapa do circuito mundial, em França, num heat marcado por polémica e decisões duvidosas dos juízes. “Espero que haja justiça desta vez”, confessou-nos Kikas, ain- da antes de saber que iria reencontrar o adversário de França.
Wild cards dizem adeus
Para Vasco Ribeiro e Miguel Blanco, os dois wild cards portugueses presentes em Peniche, o dia correu... ainda pior. Os dois surfistas do concelho de Cascais (São Pedro e São João do Estoril, respetivamente) acabaram eliminados na 2ª ronda face a dois atletas do top 10 mundial. Vasco somou 7,90 pontos, menos 0,13 do que os 8,03 do australiano Wade Carmichael (7º do ranking) e no final estava naturalmente triste. “É sempre difícil perder por tão pouco, mas fiz o que pude. Há ondas por todo o lado, apanhei uma última que era boa, mas a primeira manobra não me saiu da melhor maneira e cortaram-me no ‘score’”, confessou o português, que está bem classificado no ranking de qualificação para o World Tour de 2019. Miguel Blanco estava desapontado por não ter conseguido aproveitar esta oportunidade. “Faltou um bocadinho de experiência, faltou mais seleção na prioridade e na escolha de ondas. Agora é seguir em frente e ir para o QS [circuito de qualificação]”, lamentou o surfista convidado, de apenas 22 anos. *
PORTUGUÊS ESTÁ NO ÚLTIMO LUGAR COM DIREITO A REQUALIFICAÇÃO (22º) NA PRAIA DE SUPERTUBOS
1. Julian Wilson (Austrália), 14,50 1. Tomas Hermes (Brasil), 10,50 1. Owen Wright (Austrália), 9,33 1. Wade Carmichael (Austrália), 8,03