“Queria dar 15 mil por mês às claques”
Ex-dirigente do Sporting criticou intenção de BdC, sublinhando não saber se tal foi concretizado
Vítor Ferreira, vice-presidente do Sporting e administrador da SAD, durante o primeiro mandato de Bruno de Carvalho, revelou que o antigo líder leonino queria dar 15 mil euros por mês às claques. O antigo dirigente explicou ter manifestado o seu desagrado com essa intenção, vincando também que esse não foi o único problema com BdC.
“Tive logo duas questões iniciais com ele: uma foi por causa das claques, outra foi por causa do caso Cissé [contratado em 2013/14 à Académica]. Eu estava contra o que ele queria fazer. Queria pagar 15 mil euros por mês às claques. Eu achava que se devia pagar mediante fatura e consoante as despesas que elas efetuassem para ter tarjas, etc. Ele achou que devia subsidiar a claque. No caso Cissé, achei que era um absurdo contratar aquele jogador numa altura em que não tínhamos dinheiro nem para o papel higiénico”, referiu Vítor Ferreira, na TVI.
Um “homem errático”
Perante a repercussão das suas palavras, o antigo responsável do Sporting explicou que até hoje não sabe se Bruno de Carvalho passou, efetivamente, das palavras aos atos. “Não sei se concretizou, eu nunca vi entrega de dinheiros. As faturas não passavam por mim, mas sim pelo vice-presidente da parte das finanças. Não ficava surpreendido se ele avançasse, mas eu não assisti à tal reunião. Mas que ele me falou dessa verba, eu tenho a certeza absoluta. Até comentei com amigos. Nós nem tínhamos dinheiro para comprar papel para as fotocópias e íamos dar 15 mil euros à claque? Para mim era um absurdo, mas isto não tem qualquer relação com o que aconteceu”, sublinhou, à TVI 24.
Vítor Ferreira, que saiu do clube em 2015, considerou que a atitude de BdC nos últimos meses pode ter despoletado toda a situação. “A minha convicção é que ele, se não fosse o seu comportamento sobretudo no último ano, que foi realmente diabólico, aquilo não tinha acontecido. É um homem difícil de compreender. É errático, muito errático”, criticou. *
“SE NÃO FOSSE O SEU COMPORTAMENTO NO ÚLTIMO ANO, AQUILO [ATAQUE À ACADEMIA] NÃO ACONTECIA”