OS CEGOS TAMBÉM LUTAM
Realização inédita de um Mundial IBSA foi ontem apresentada no Pavilhão Multiusos de Odivelas
Portugal começa a dar passos no que diz respeito à inclusão através do desporto, pelo que a realização, inédita, do Mundial para cegos – IBSA (Blind Sports Federation) – é mais um avanço na afirmação do movimento paralímpico no nosso país, com palco montado no Multiusos de Odivelas, entre sexta-feira e domingo. “Somos uma equipa. Temos de estar preparados física e psicologicamente, pois a responsabilidade de competir perante os amigos, a família e os adversários é muito grande. Tivemos uma boa preparação, com apoio de técnicos e participação em estágios com a Seleção olímpica. Vamos focarnos no tapete, pois a prova conta para a qualificação para Tó- quio’2020”, considerou Miguel Vieira, que fez história ao ser o primeiro e único judoca português presente em Jogos Paralímpicos (Rio’2016).
O Mundial IBSA, ontem apresentado em Odivelas, terá a participação de 280 atletas, de 43 países, e Portugal estará representado por apenas seis masculinos. Para além de Miguel Vieira (66
PROVAS NA SEXTA-FEIRA (48, 52, 57, 60, 66 E 73 KG), SÁBADO (63, 70, +70, 81, 90, 100 E +100 KG) E DOMINGO (EQUIPAS)
kg), lutam Henrique Sousa e Sérgio Mendes (60 kg), Magnos Nhanco (66 kg), Djibrilo Iafa e Ruben Gonçalves (73 kg), numa prova em que o campeão se apura para Tóquio’2020. O selecionador Jerónimo Ferreira disse que “todos estão com o ânimo em alta”. Já Djibrilo Iafa quer “lutar por um lugar no pódio” e Rúben Gon- çalves diz estar “orgulhoso por representar Portugal”.
Jorge Fernandes, presidente da Federação, elogiou a realização dos Nacionais individuais ao mesmo tempo dos Nacionais para cegos, como fator de inclusão, numa cerimónia com José Manuel Lourenço, presidente do Comité Paralímpico de Portugal, João Fernandes, vice-presidente da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes, e Paulo César, vereador do Desporto da edilidade, entre outras personalidades. *