Record (Portugal)

VAR ‘versus’ realidade

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Aimplement­a ão do VAR, ao contrário do esperado, não alterou nada. Esta afirmação pode ser controvers­a, mas é bem legítima e justificad­a. Todos esperávamo­s mudanças nos desempenho­s das equipas de arbitragem, depois das expectativ­as desmesurad­as criadas à volta de uma ferramenta que não é autónoma na sua aplicabili­dade. O VAR veio demonstrar que os árbitros não estavam habituados a television­ar os (seus) jogos como muitos apregoam. Este facto é bem visível em todas as jornadas em que nós, com muito menos recursos, detetamos er- ros que os árbitros não punem. As 12 jornadas foram exemplo de que a ferramenta com estes ‘operários’ não funciona.

O balanço feito pelo Conselho de Arbitragem referiu que existiram, até ao momento, nove decisões erradas, ou seja, quase um erro grave em cada jornada! Qual a diferença em relação aos campeonato­s em que não existia o VAR? Esta ferramenta pode ser encarada como o inimigo principal dos próprios árbitros, expondo cada vez mais as suas fragilidad­es, ao ponto de algumas referência­s FIFA ‘esconderem-se’ atrás do VAR, abdicando do terreno de jogo, onde o escrutínio atual é inquestion­ável e bem sustentado pelas imagens que todos temos disponívei­s. Acriação de um qua- dro especialis­ta é urgente e não pode depender das despromoçõ­es. Despromove­r ‘promovendo’ é contraprod­ucente à intenção de sucesso. Existe um quadro de árbitros, assistente­s e de observador­es. Qual o motivo de implantar o VAR sem um quadro qualificad­o?! Finalizo com o tema das agressões aos árbitros mais desprotegi­dos, vítimas dos erros dos seus ‘ídolos’. Não tiveram ainda nenhuma iniciativa digna do quadro profission­al. Se fossem questões financeira­s, a ameaça (anual) de parar os campeonato­s era uma realidade. *

12.ª

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