PONTO DE EQUILÍBRIO ESTICA O PRECIPÍCIO
Chavescom riscos calculados perante um Feirense determinado asegurar o empate
RIGOR DEFENSIVO DOS FOGACEIROS APÓS A MUDANÇA TÁTICA DOS FLAVIENSES VOLTOU A CONGELAR AS OPERAÇÕES
O duelo de aflitos que se desenrolou ontem em Chaves não trouxe novidades no fundo da classificação porque ninguém quis assumir o risco de deixar escapar um pontinho estratégico. Pequeno balão de oxigénio, curto para a interpretação que o jogo despertou nas bancadas, mas que acaba por ser compatível com as aspirações de duas equipas que já não conhecem o sabor de um triunfo há vários meses.
Perante uma condicionante emocional com uma carga tão grande não foi surpresa um desdobramento cheio de muitos nervos e pouca astúcia, menos ainda o suspiro de alívio que o apito final de Artur Soares Dias proporcionou junto de ambas as falanges. O Chaves, que lá acabou por conseguir estancar uma sequência de oito derrotas no campeonato, até esteve muito perto de chegar ao golo, mas o ímpeto esbarrou sempre na determinação de Bruno Brígido. O guardião do Feirense não só negou um golo cantado (39’) a William com um voo espetacular, como anestesiou a amplitude que os transmontanos manifestaram após o descanso, quando Tiago Fernandes, que apenas realizou uma alteração, abdicou da falta de profundidade de um ataque refém da mobilidade reduzida de William e Platiny e apostou as fichas todas na velocidade de Luther e Perdigão nos corredores Período com algum sal, contudo, demasiado efémero para contornar o rigor defensivo de um Feirense que não perdeu tempo a fazer pela vida de modo a ganhar mais corpo e posse de bola no mio- lo e, assim, manter a sua baliza longe de perigo.
Reação capaz de diluir a aceleração transmontana quase logo de seguida, mas com consequências na resposta porque o coletivo perdeu discernimento e deixou de aproveitar as escassas transições que o jogo produziu.
Ponto de equilíbrio que acabou por ficar cada vez mais acentuado na dinâmica de ambas as equipas com o adiantar do cronómetro até que o conformismo no nulo assumiu contornos palpáveis e acabou por condenar a reta final da partida a um marasmo de ideias. *