Record (Portugal)

Juntou-se ao Lille, por empréstimo do Fulham, mas acompanha com atenção o que se passa no nosso país. O avançado, de 28 anos, acredita que o futebol português precisa de uma mudança e mostra vontade de fazer parte dela

-

se o jogador puxou um bocadinho a camisola ao outro e já há programas em que os árbitros vão lá falar dos erros dos árbitros. Isto cria essa ideia na cabeça das pessoas de que devem suspeitar de tudo. Há comentador­es que não sabem o que é uma bola, continuam a falar de futebol e as pessoas veem esses programas. Acaba por ser um problema da nossa sociedade. Não digo que só devemos ter ex-jogadores a comentar futebol porque isso também não é garantia de qualidade. Até porque há pessoas que nunca jogaram futebol e percebem muito do assunto. Quem comenta tem de ter em atenção que está a falar de pessoas e não de máquinas. Nós não erramos de propósito e, por vezes, as pessoas não pensam que o jogador pode ter passado mal a noite, pode ter uma lesão ou ter algum familiar a passar mal. Tudo isto in- fluencia a performanc­e, mas o grande problema é de quem divulga a mensagem dessa suspeição. Tudo é um caso e tudo gira à volta dos três grandes. Esses programas de televisão de que falei são sempre sobre os três grandes. O problema é que quando há alguém a falar sobre futebol ninguém quer ouvir porque o que é bom é a polémica. O jogador de futebol, que é o maior intervenie­nte, nunca é ouvido em nada.

Os clubes não terão, também, umacertare­sponsabili­dadenisso? RF - Sim, têm muita culpa porque se fecham muito. As pessoas gostavam de ter mais acesso ao que é o dia a dia e ao balneário, apesar de haver coisas que não podem ser divulgadas. Mas creio que os clubes se podem abrir mais, como fazem na Premier League, por exemplo. Em Inglaterra sabem vender o futebol, a ideia que têm daquilo que é o jogo.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal