Record (Portugal)

ALERTA ‘BREXIT’ TUDO PODE MUDAR NO RÂGUEBI INGLÊS

- JOÃO SEIXAS

NOVA REGULAÇÃO AFETA DEZENAS DE EQUIPAS Saída do Reino Unido da União Europeia causa uma tremenda dor de cabeça nas competiçõe­s

já no dia 29 de março que se efetiva o ‘Brexit’ e a saída do Reino Unido da Europa. Um momento que ficará inscrito nos livros de História e que será um intrincado processo a diversos níveis. O desporto será também afetado e se no futebol já se sabe que nada mudará de forma abrupta, em modalidade­s como râguebi, tão amado por terras britânicas, muitas coisas vão ficar diferentes... para pior. De resto, os organizado­res das três principais competiçõe­s que envolvem clubes britânicos – Premiershi­p, Pro14 e Taça dos Campeões Europeus – já encetaram

PRINCIPALP­REOCUPAÇÃO DOS RESPONSÁVE­IS PRENDE-SE COM OS JOGADORES COMUNITÁRI­OS QUE VÃO PASSAR ASER ESTRANGEIR­OS

uma série de processos que visam minorar os constrangi­mentos inerentes a estas alterações. Um dos problemas mais evidentes prende-se com as quatro províncias da Irlanda. Leinster, Munster e Connacht serão governadas pelas leis europeias, ao passo que Ulster continuará a ser regida pelas estatutos britânicos. Isto significa um tremendo impacto para as equipas e competiçõe­s, uma vez que a contrataçã­o de jogadores da África do Sul, Fiji, Tonga e Samoa, atualmente considerad­os comunitári­os, será afe- tada. Ou seja, estes jogadores continuarã­o a ter este estatuto na República da Irlanda, mas na Irlanda do Norte serão estrangeir­os. Mas os problema não ficam por aqui. A Liga Pro14 é uma competição que reúne 14 equipas provenient­es da África do Sul, Escócia, Irlanda, Itália e País de Gales. Se já se tratava de uma organizaçã­o complicada, a coisa tende a piorar. Esta foi, de resto, a tónica do discurso de David Jordan, diretor da prova: “Nunca vivi nada deste género enquanto administra­dor de torneios. Temos uma competição sem fronteiras que envolve muita regulament­ação de cada um dos países. Vamos ter de formular novos planos e equacionar cenários diferentes. Uma confusão...” Um jogador europeu é, por definição, um cidadão de um país membro da União Europeia. A partir de 29 de março, os jogadores galeses, escoceses, ingleses e norte-irlandeses que alinharem num dos outros países da Europa, passarão a contar como estrangeir­os. Algo que pode complicar, e muito, a vida de dezenas de profission­ais e mesmo a preparação das equipas. Outro dado relevante prendese com aquilo que as equipas serão obrigadas a fazer. O Gloucester, por exemplo, contratou vários sul-africanoos para o plantel e agora fica a saber que só pode alinhar com dois em cada jogo. Um processo complciado e que certamente dará muito que falar.

 ??  ?? TRANSIÇÃO. Boris Johnson, Ministro dos Negócios Estrangeir­os do Reino Unido que apresentou demissão devido ao ‘Brexit’, brinca com uma criança (esq.). Duelo na Premiershi­p entre Gloucester e Leicester.
TRANSIÇÃO. Boris Johnson, Ministro dos Negócios Estrangeir­os do Reino Unido que apresentou demissão devido ao ‘Brexit’, brinca com uma criança (esq.). Duelo na Premiershi­p entre Gloucester e Leicester.
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