FREDERICO

1957-2019

O antigo jogador não resistiu à ELA e partiu ontem depois de dura luta contra a doença

Morreu Frederico, central formado no Barreiro (CUF e Barreirense), bicampeão nacional pelo Benfica e figura incontornável do Boavista, clube que representou ao longo de oito anos. O antigo jogador, que parte aos 61 anos, representou ainda a Seleção Nacional nas década de 80, ao serviço da qual efetuou 18 jogos. Frederico sofria de esclerose lateral amiotrófica, doença que combateu nos últimos dois anos e à qual sucumbiu na manhã de ontem, no Hospital do Barreiro, onde se encontrava nos cuidados paliativos.

Nascido em Castro Verde, Frederico Rosa cresceu no Barreiro, onde se fez jogador. Depois de representar a CUF, seguiu para o Barreirense, clube do qual se transferiu para o Benfica, ao mesmo tempo de outros dois produtos da escola barreirense: Carlos Manuel e Araújo. Na Luz sentiu as dificuldades esperadas numa equipa consolidada e que tinha em Humberto Coelho a máxima referência. Ao cabo de três épocas com a águia ao peito, treinado por Mário Wilson, Baroti e Eriksson, em 1983, entusiasmado perante a possibilidade de jogar mais, numa equipa com ambições, assinou pelo Boavista, clube no qual, um ano depois, reencontrou João Alves (companheiro que havia de transformar-se no treinador mais relevante da sua carreira) e Zoran Filipovic. No Bessa passou oito anos de ouro, com fiabilidade absoluta, razão pela qual se tornou uma grande figura dos axadrezados, facto sublinhado recentemente com a homenagem promovida pelo clube.

Até ao fim da carreira, Frederico passou ainda por V. Guimarães, Est. Amadora e Leixões, onde terminou a atividade futebolística aos 38 anos. Radicou-se depois no Algarve e dedicou-se ao golfe,

VIVEU OS DOIS ÚLTIMOS ANOS SABENDO QUE A DOENÇA IRIA DERROTÁ-LO. FALECEU NO HOSPITAL DO BARREIRO

tendo regressado ao futebol pela mão do amigo Joaquim Teixeira, quando este foi para Chaves. Nos últimos dois anos foi-lhe diagnosticada a doença que havia de vitimá-lo, altura em que contou com o apoio de muitos dos imensos amigos que fez no futebol. *

CARREIRA. Foram quase duas décadas na alta-roda do futebol nacional, com início ainda adolescente (18 anos, na CUF) e final como veterano (38 anos, no Leixões). Pelo meio, salientam-se os quatro anos na Luz, os oito no Bessa e a presença que chegou a ser regular na Seleção Nacional