Record (Portugal)

Nani deixou um rasto de desilusão

COMO A VIDA CONTINUA, KEIZER E OS JOGADORES QUE LHE DERAM LÁ VÃO FAZENDO O SEU TRABALHO. COM A EXCELENTE EXIBIÇÃO E A VITÓRIA DE ONTEM A EQUIPA AFASTOU OS ABUTRES POR ALGUM TEMPO

- Alexandre Pais Ex-Diretor Record

Calculo que a situação financeira do Sporting seja difícil mas, como simples observador, detesto ver sair Montero e Nani de Alvalade. O colombiano pela sua postura, de nível bem expresso na mensagem com que se despediu, mais uma vez, dos adeptos leoninos. E Nani... por ser Nani.

Quando se volta a casa, ao cabo de uma carreira recheada de sucessos, e de milhões de euros, é para se desfrutar do afeto e não para quebrar de novo o elo que se refez. Porque o regresso de Nani tinha, para ele e para o clube, uma vantagem profission­al – o reforço para o plantel de um jogador de qualidade e o relançamen­to de uma carreira ‘encalhada’ – e um significad­o político – a recuperaçã­o de uma referência pelo Sporting e o reencontro com a própria história por parte de Nani, que se tornara uma espécie de apátrida do ponto de vista futebolíst­ico. Com esta súbita partida, entrará na sua conta mais um bom punhado de dólares, mas sairá a glória de um papel histórico e acabará de vez a Seleção. E ficarão mais órfãos milhares de sportingui­stas que veem diminuir a capacidade de um grupo esfrangalh­ado e parco em figuras de peso no balneário. Atrás de si, Nani deixou um rasto de tristeza e de desilusão.

Como a vida continua, Keizer e os jogadores que lhe deram lá vão fazendo o seu trabalho. Frente ao Sp. Braga, a equipa reagiu muito bem à noite negra de quinta-feira e, com um desempenho brilhante, afastou os abutres por algum tempo, talvez pouco que a sorte também não ajuda. O Villarreal começou a recuperar de uma época desgraçada – segue em lugar de despromoçã­o na liga – na pior altura: a seguir ao 1-0 de Alvalade, 3-0 (!) ao Sevilha.

Ahistóriad­e LeonardoJa­rdim

no Monaco dava um filme. Despedido, substituíd­o por uma das maiores estrelas do futebol e readmitido três meses mais tarde com plenos poderes, o técnico foi há dias alvo de um pedido público de desculpas por parte do presidente Rybolovlev, que entretanto correu com o ‘vice’ Vasilyev, que despedira Jardim. Pelo sim, pelo não, esta tomada de posição do líder deu-se depois de confirmado, com resultados, o acerto da reintegraç­ão do português. No sábado, novo triunfo dos monegascos, com um golo de Gelson Martins a passe de Rony Lopes e com Adrien e Fàbregas a dominarem as operações no meio-campo. E sete pontos em três jogos colocam já o Monaco três pontos acima da zona de descida. Jardim escolheu os reforços de inverno a dedo e, como nos habituou, não falha.

A imprensa espanhola, que começou por duvidar de Sola ri, não hesitou em pô-lo nos píncaros mal o Real Madrid acumulou alguns resultados positivos. Mas agora, após a derrota com o Girona, no Bernabéu, que deixou os ‘blancos’ já a nove pontos do Barcelona, voltou a entrar em depressão. Escolhido como principal culpado pelas asneiras de Florentino, que conduziram à situação atual, Marcelo prossegue a caminhada que o levará ao reencontro de Cristiano. Madridista e bianconero, tanto se me dá: ganharei de qualquer modo...

Excelente trabalhode JoãoAlves na Académica. Ontem, mais uma vitória, graças a um golo de Hugo Almeida. É a velha guarda a resistir ao reumático.

No lançamento do livro de um ex-presidente do Sporting, no Corte Inglés, ouvimos ao representa­nte do editor esta coisa espantosa: “Autorizámo­s a presença da comunicaçã­o social.” Ver o Mundo ao contrário é, na verdade, uma experiênci­a terrível.

O MONACO JÁ FUGIU À ZONA DE DESCIDA. A HISTÓRIA DE LEONARDO JARDIM DAVA UM FILME

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