Record (Portugal)

“Não preciso de escrever livros para sobreviver”

- FILIPE BALREIRA

Técnico respondeu a BdC no curto regresso a Portugal e falou do futuro na A. Saudita

Depois de ter estado mais de seis meses na Arábia Saudita, Jorge Jesus regressou ontem a Portugal - onde vai passar alguns dias com a família antes de voltar ao Médio Oriente - e, à chegada ao aeroporto de Lisboa, foi logo questionad­o sobre as histórias que Bruno de Carvalho revelou a seu respeito no livro que lançou. Confrontad­o com o alegado caso de chantagem ao ex-presidente leonino, Jesus sublinhou que não era o momento para falar disso, mas não se coibiu de deixar uma indireta.

“Se eu quiser falar sobre a minha passagem no Sporting, não escrevo um livro, escrevo 20. Como não preciso de escrever livros para sobreviver, continuo a trabalhar naquilo que sei fazer, ser treinador”, deixou bem claro o técnico, de 64 anos, que admitiu ter-se arrependid­o de algumas decisões tomadas.

Já sobre o atual momento do clube de Alvalade, JJ confessou que não tem acompanhad­o muito o campeonato português, além de ter revelado que ficou sentido com algumas palavras do novo líder, Frederico Varandas. “Tive uma relação muito boa com ele e continuo a ter... apesar de não ter gostado de algumas declaraçõe­s que fez sobre mim”. Recorde-se que Varandas havia dito que Jesus era passado no Sporting, mas o técnico não se quis alongar na questão.

Resposta à Academia Saudita

Em relação ao futuro da sua carreira, Jesus foi explícito. “É impossível regressar de momento ao futebol português. Já a proposta de gerir a Academia na Arábia é interessan­te. Não do ponto de vista desportivo, não é para me radicar na Arábia, é para projetar a Academia e muito por ter estado em dois clubes -Benfica e Spor- ting - com duas grandes academias. Mas ainda não assinei. Há uma cláusula que eles querem que eu tenha, que era voltar lá três vezes por ano, e isso é impossível”. Porém, esclareceu que “eles estão a fazer de tudo para que eu possa ter um cargo importante. Até selecionad­or”.

No tempo em que comandou o Al Hilal, Jorge Jesus ainda coincidiu com Rui Vitória (Al Nassr) no campeonato árabe. Ainda assim, JJ assumiu que não se chegou a cruzar com o homólogo português. “Vivíamos no mesmo ‘compound’, mas nunca aconteceu vermo-nos um ao outro”, disse, antes de explicar que a tarefa de Vitória chegar ao título na Arábia é bem complicada: “Ele tem uma boa equipa, mas tem um trabalho difícil. O Al Hilal é muito mais forte e em Portugal iria discutir o título com Benfica, Sporting e FC Porto.”

JJ REVELOU ALGUMA MÁGOA COM FREDERICO VARANDAS: “NÃO GOSTEI DE ALGUMAS DECLARAÇÕE­S QUE FEZ DE MIM”

Félix como... Rui Costa e Kaká

Questionad­o sobre a aproximaçã­o do Benfica à liderança da Liga, Jorge Jesus justificou esse facto “com a perda de pontos do FC Porto e não recuperaçã­o do Benfica”. Ainda assim, o técnico luso deixou elogios... a João Félix. “Estou surpreendi­do com João Félix. Lembrou-me Rui Costa e Kaká. Tem um pouco dos dois e vai ser um jogador acima da média.” *

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RECEÇÃO. Vários pessoas quiseram autógrafos de JJ na chegada a Lisboa

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