BRUNO ENTRA NA HISTÓRIA
É O MÉDIO MAIS CONCRETIZADOR DOS LEÕES NUMA ÉPOCA
“Não podemos jogar bem só 10 minutos“
Esbanja talento, faz passes teleguiados, marca golos (vai em 23 e deixou para trás o recorde do também fenomenal António Oliveira), leva a equipa atrás de si e muitas vezes às costas, é o capitão depois do adeus de Nani. Tudo somado, falamos do verdadeiro ‘capitão talento’. Que, olhando ao quadro leonino, só pode ser Bruno Fernandes! Sim, começa a tornarse repetitivo, já escasseiam os adjetivos, mas enquanto fizer o que fez, agora com o Portimonense, o médio que o Sporting resgatou depois do que se passou em Alcochete, continuará a fazer manchetes. Foi graças ao capitão, aliás, que o Sporting entrou ‘a matar’ no jogo e aos 11 minutos já vencia por 2-0, com golos de rajada de Diaby e Raphinha, assistidos pelo inevitável e genial futebolista Bruno Fernandes, que já antes do golo tinha feito um passe que havia deixado o autor do segundo tento muito perto de abrir a contagem. E porquê tanta preponderância do capitão no jogo sportinguista, de novo a jogar em 4x3x3, com Borja no banco, Acuña como defesa-esquerdo e Mathieu parceiro de Ilori (uma noite para rever atentamente)? Simplesmente porque dominou a anarquia tática, não havia pressão de parte a parte e, no miolo algarvio, ninguém se preocupou em importunar o camisola 8. Mas a inversa também era uma realidade, pois o desequilibrador da equipa de Folha, Paulinho, também tinha os espaços necessários para se assumir como o organizador do jogo. Ele que marcou o golo e impediu a equipa de aceitar como acabado o jogo aos 2-0. Por força dessa anarquia, os primeiros 45 minutos tiveram inúmeras oportunidades de golo (Diaby, Wendel e Bas Dost nos leões), uma bola que a trave leonina devolveu (potente disparo de Lucas Fernandes) e a possibilidade de Mathieu (duas vezes) e Renan (em duas situações no mesmo lance, a remates de Paulinho e Tabata) evitarem que o Portimonense fosse para o inter- valo empatado. Seria injusto? O Sporting tinha muitas culpas no cartório, especialmente no meiocampo, onde continua incompreensível a sistemática utilização de Gudelj. Pelos poucos minutos que tem jogado, já se percebeu que Doumbia possibilita… segurança.
Ritmo acalmou, leão beneficiou
Face ao quadro, continuaria tudo como dantes ou os treinadores dariam uma afinação ao esquema no segundo tempo? Foi isso que aconteceu. Houve uma melhor definição daquilo que as duas equipas pretendiam, Bruno Fernandes e Paulinho – mais este –
passaram a ser melhor vigiados, os leões foram mais decididos no ataque ao portador da bola, com isso o ritmo baixou consideravelmente e o grande beneficiado foi o leão. Mesmo assim, porque embora melhor vigiado (Pedro Sá), Bruno Fernandes continuou a fazer das suas, o Sporting dispôs de vários lances para colocar um ponto final na intranquilidade de que não se conseguia libertar, como foi visí- vel em várias intervenções de Ilori – terá estranhado a companhia de Mathieu? Eventualmente… Diaby e Bruno Fernandes esbanjaram excelentes situações por terem atacado mal a bola de cabeça, o capitão dos leões não marcou porque o guarda-redes fez a sua defesa da noite e, embora os algarvios tenham forçado no ataque com as substituições, nada foi como no primeiro tempo. Só que o resultado estava longe de ser confortável para os de Alvalade, até que surgiu a entrada completamente a despropósito de Aylton sobre Fernandes e com o 3-1 e meia dúzia de minutos para jogar, o Sporting podia, finalmente, respirar de alívio. Uma nota ainda: no 16º triunfo em 16 jogos na Liga por parte do Sporting em Alvalade, este terá sido dos mais sofridos. E sem necessidade. Quando se tem um capitão assim… *