Benfica sob pressão
O TÍTULO É DEFINITIVAMENTE UMA DISCUSSÃO A DOIS E OS ENCARNADOS FICAM AGORA OBRIGADOS A VENCER EM BRAGA, ONDE O FC PORTO PASSOU POR TER SIDO MENOS INCOMPETENTE
Com a vitória do FC Porto em Braga,
o título passou a ser uma discussão a dois. Numa partida marcada por erros individuais de parte a parte, os dragões revelaram-se menos incompetentes do que o seu adversário e conseguiram colocar o Benfica sob grande pressão. Dada a relativa facilidade (em termos teóricos, é claro) que o calendário de ambos apresenta, os encarnados ficaram agora obrigados a vencer no Minho para tirarem partido da vantagem no confronto direto com o rival. E cabe a Sérgio Conceição grande parte do mérito no triunfo de ontem. O treinador portista continua a correr riscos nas opções tomadas e – talvez à exceção do recente clássico no Dragão (o que não é de somenos) – a recolher os respetivos lucros. Brahimi, o melhor elemento do plantel do FC Porto, continua fora do onze, em nome da dinâmica do coletivo. Por outro lado, na parte final do encontro, a entrada de Fernando Andrade para o lugar de Alex Telles não era de todo aconselhável. A equipa ficou partida e o empate podia ter-se transformado em derrota. Mas Conceição, como é seu timbre, não se ficou pelas ‘meias-tintas’ e tentou, afinal, ir em busca do único resultado que realmente interessava para o futuro imediato. Costuma dizer-se que a sorte procura-se e o técnico portista personificou na perfeição esta velha máxima.
O Sp. Braga não só viu terminado o sonho do título,
como foi alcançado pelo Sporting, que também tem vantagem no confronto direto com os guerreiros. A luta pelo 3.º lugar promete. Já sem a erosão dos jogos da Liga Europa, os leões estão, neste domínio, em pé de igualdade com a turma liderada por Abel Ferreira e, por exemplo, vão chegar à partida da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, com o Benfica, com mais descanso do que o rival. O Sporting tem, portanto, a obrigação de não deixar Bruno Fernandes a jogar ‘sozinho’.
Dupla jornada da Seleção Nacional e dupla desilu
são, face aos dois empates caseiros frente a Ucrânia e Sérvia, curiosamente os principais rivais na luta pela presença na fase final do Euro’2020. O jogo de segunda-feira fica marcado pela lesão de Ronaldo, que explica em parte o défice revelado no capítulo da concretização, pelo flop que constituiu a estreia a titular de Dyego Sousa e pela insistência de Fernando Santos na colocação de William Carvalho como médio-centro de características mais ofensivas. Tal como acontecera dois dias antes, frente à Ucrânia, o atual jogador do Betis nada conseguiu resolver no último terço do terreno. A moda de utilizar um ‘6’ mais criativo e um ‘8’ mais físico (como sucedeu com a colocação de Rúben Neves a trinco quer na sexta-feira quer em jogos para a Liga das Nações) não resulta quando é expressivo o volume atacante de qualquer equipa. À entrada da área, William Carvalho insistia em lateralizar o jogo, esquivando-se, por vezes de forma flagrante, a arriscar o remate... tarefa para o qual não é minimamente talhado.
SÉRGIO CONCEIÇÃO TEVE GRANDE MÉRITO NO IMPORTANTÍSSIMO TRIUNFO DOS DRAGÕES