Record (Portugal)

CONHEÇA A AUDITORIA

REVELAMOS ODOCUMENTO QUEPASSAAP­ENTEFINO AS CONTAS DE BRUNO DE CARVALHO

- DANIEL LOPES MONTEIRO E RAFAEL SOARES

SALÁRIO DE MONTERO DISPAROU QUANDO REGRESSOU JORGE JESUS CUSTOU MAIS DE 20 MILHÕES DE EUROS

A transferên­cia de Marcos Acuña é um dos negócios que suscita mais dúvidas aos responsáve­is da Bakertilly, empresa que realizou a auditoria forense às contas do Sporting. De acordo com os relatórios a que Record teve acesso, a organizaçã­o recomenda “a análise destes contratos” e a avaliação da “possibilid­ade/interesse em se exercer” alguns dos direitos mencionado­s num contrato adicional assinado para a aquisição do internacio­nal argentino junto do Racing, em 16 de julho de 2017. O Sporting, na altura presidido por Bruno de Carvalho, celebrou um contrato de aquisição dos direitos económicos e desportivo­s de Marcos Acuña, por 6,285 milhões de euros. A este mesmo contrato junta-se um outro relativo à aquisição de direitos de preferênci­a de três atletas do Racing (1,65 milhões de euros) e à realização de um jogo amigável (1,65 milhões de euros), que perfaz um total de 9,585 milhões de euros. Ora, os dados da auditoria revelam que o Sporting já transferiu estes mesmos valores para os cofres dos argentinos, não tendo, porém, exercido as respetivas opções: a realização de um amigável com o Racing até 30 de junho de 2018 e o direito de preferênci­a de três jogadores dos argentinos, “não usufruindo assim dos benefícios que daqui poderiam eventualme­nte ter sido originados”. A auditoria revela que não foram obtidos “esclarecim­entos suficiente­s sobre a natureza e objetivo deste contrato (de acordo com o departamen­to

“NÃO OBTIVEMOS ESCLARECIM­ENTOS SUFICIENTE­S SOBRE ESTE CONTRATO”, PODE LER-SE NO RELATÓRIO

jurídico este contrato foi negociado direta e exclusivam­ente pela administra­ção)” e que não obteve a “evidencia de que a Sporting SAD tenha exercido estes direitos, nem os motivos pelos quais os não exercem”. O relatório também refere que, segundo a SAD do Sporting, este acordo foi rubricado por vontade do Racing, “para repartir o valor total da transferên­cia em duas componente­s, tornando a operação mais vantajosa do ponto de vista fiscal para o Racing”.

Depois da Bakertilly passar o negócio de Acuña a pente fino, a empresa que realizou auditoria concluiu que “o Racing ainda não faturou e a Sporting SAD ainda não pagou, o montante de 1,65 milhões de euros”, uma quantia que “está registada no passivo da Sporting SAD”.

Leão acerta dívida

A direção do Sporting, liderada por Frederico Varandas, já entrou em contacto com os responsáve­is do Racing para negociarem o pagamento desta última tranche da transferên­cia do internacio­nal argentino. Os leões têm que liquidar o valor em falta ou reagendar uma nova data para o pagamento, sob pena de as relações institucio­nais ficarem deteriorad­as. *

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