Record (Portugal)

“Félix pode ficar por muitos anos”

- FRANCISCO LARANJEIRA

Bruno Lage elogiou exibição e disponibil­idade encarnada para um triunfo folgado frente à formação alemã. Quanto ao jovem prodígio das águias, o técnico acredita que vai seguir vestido de encarnado por muito tempo

Que análise faz ao jogo?

– Fizemos uma boa exibição, o resultado deixa-nos satisfeito­s e é como tenho dito: A nossa forma de trabalhar é esta, treinar da melhor maneira, perceber o adversário, o sistema e depois escolher a melhor estratégia e o melhor onze. Temos tido a felicidade de as coisas correrem bem mais vezes do que ao contrário. A nossa intuição hoje era essa, não lhes darmos referência­s e ter os quatro jogadores da frente. Gedson foi hoje o jogador mais importante nesta situação porque é o nosso melhor no ataque à profundida­de e na movimentaç­ão entre defesas. Dou o exemplo do penálti. Estamos satisfeito­s com o resultado e com a exibição coletiva. –Comodescre­ve aatuação deJoão Félix?

– É um miúdo fantástico, tem ainda muito a aprender, tecnicamen­te e taticament­e... saber ocupar espaços e perceber momentos do jogo. Tem de perceber rapidament­e que quando fizer o normal vai ser criticado. É o mais jovem a fazer um hat trick na Liga europa, isto torna-o cada vez mais especial. No dia que ele for o João, é criticado por não ser o ‘João Especial’. É um miúdo a jogar no jardim, que faz o jogo dele, que saiba crescer e estamos todos convictos de que possa fazer uma bonita carreira. E ao contrário da pergunta, acredito que possa continuar entre nós durante muitos mais anos. Amanhã se não marcar 10 golos, vai ser o ‘João Normal’. É deixar fazer a vida dele de forma tranquila. –Aexpulsão foidetermi­nante?

– Recordando o Jaime Graça, quando nós, os treinadore­s mais jovens, fazíamos esses comentário­s, ele dizia: “A bola ao meio, se o 1º passo for para a frente ou para trás o jogo já é logo outro.” O penálti é uma situação estratégic­a trabalhada por nós, se não fosse o Gedson marcava o golo e ficávamos em vantagem. Na 2ª mão podemos ser nós a cometer um disparate e ficarmos com 10. Estávamos com controlo do jogo mas o momento mais determinan­te foi a lesão do Corchia. Eles, mesmo com 10, sentiram-se sempre confortáve­is. –Háum‘Lage effect’ no Benfica?

– Existe um ‘run a lot’ [‘correr muito’], em jeito de brincadeir­a. Os jogadores têm sido fantástico­s nisso. Mudámos a nossa pressão e vejam os que os quatro da frente pressionar­am de forma diferente daquela a que estávamos habituados, para termos um conforto maior. Não podíamos permitir que o adversário tivesse bola e isso só se faz a correr com organizaçã­o. *

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