“Bruno Lage está a provar que é um grande treinador”
No escalões de formação do Benfica – iniciados e juvenis – foi treinado por Bruno Lage. Que memórias guarda dessas temporadas no Seixal?
FC – Acredito que o Bruno Lage continua a ser a mesma pessoa... Naquela altura, já tinha métodos de trabalho muito evoluídos. É um treinador que gosta de futebol e as equipas dele vão apresentar sempre um modelo de jogo muito ofensivo. Gosta de trabalhar muito os aspetos táticos. Lembro-me que havia um ano onde jogávamos com um extremo-esquerdo, apoiado por um médio-ofensivo e sem um extremo-direito. Trabalha muito os aspetos táticos e simula todas as possibilidades que podem acontecer durante um jogo. Naquela altura, já era um treinador muito exigente, que se relacionava bem com os jogadores, mas não tem problema nenhum em ‘chamá-los à terra’. Nos dois anos em que fui treinado por ele, conseguimos ser campeões nacionais. É um grande treinador e está a provar isso mesmo no Benfica.
Conseguia imaginar, naquela altura, que Bruno Lage poderia chegar a treinador principal do Benfica?
FC – Mais do que os jogadores imaginarem esse cenário, acredito que foi algo em que ele sempre acreditou. Mesmo quando saiu do Benfica, para abraçar uma experiência no estrangeiro, penso que o fez para adquirir outros conhecimentos antes de regressar. Via-se na forma como trabalhava e na ambição que demonstrava que iria treinar uma equipa de topo.
Os últimos dias ficaram marcados pela notícia da morte da mãe de David Veiga, júnior do Sp. Braga. O Fábio acompanhou uma situação similar no Benfica, vivida pelo João Cancelo. Como é que os jogadores podem ajudar um colega neste tipo de situação?
FC – Em primeiro lugar, gostaria de enviar uma palavra de força, de todo o grupo do Santa Clara, para o David Veiga e para a família dele. Infelizmente, vivi esta situação com o João Cancelo, que é o meu melhor amigo no futebol. A melhor maneira de lidar com este problema é estar sempre presente. Mesmo que a pessoa em causa não queira, é preciso estar lá para ela. Haverá dias bons e dias maus. Provavelmente mais dias negativos. Mas é preciso apoiar e dar o máximo de força possível. *
“NAQUELA ALTURA, JÁ TINHA MÉTODOS MUITO EVOLUÍDOS. GOSTA DE TRABALHAR MUITO OS ASPETOS TÁTICOS”