IRMÃOS, IRMÃOS...
Nuno Henriques, técnico do CACO, defronta hoje Pedro Henriques, guarda-redes do Benfica
O Clube Atlético de Campo de Ourique (CACO) recebe hoje o Benfica nos oitavos-de-final da Taça de Portugal, no reeditar de um duelo com tradição. O histórico clube de Lisboa está na 2ª Divisão, condenado à descida, mas há aposta no futuro. O técnico para esse desígnio é Nuno Henriques, irmão de Pedro Henriques, guarda-redes dos encarnados, a quem tece elogios, sorte na carreira, mas não para hoje... “É um guarda-redes de topo, existem, e fazer dessas as nossas armas, para que o CACO consiga ter algum tipo de vantagem.” Nuno aposta numa surpresa tática diante das águias. “É mais fácil nós conhecermos o Benfica, que o Benfica nos conhecer”, constata, elogiando o trabalho do seu homólogo, Alejandro Dominguez. “A nível tático, é bastante inovador, não sei se o Benfica já estará na plenitude do que ele pretende”, aponta. Mas as águias têm outros argumentos. “A vantagem será a nível técnico”, afirma. O treinador que chegou a passar pelos escalões de base dos encarnados está, aos 33 anos, na sua primeira experiência numa equipa sénior e, após ultrapassar Grândola e Lavra, a motivação é máxima na Taça. “Por ser uns oitavos-definal, não por ser contra o Benfica”, ressalva. “Que o nosso coletivo possa sobressair face às capacidades individuais do adversário.” O Clube Atlético de Campo de Ourique, popularmente conhecido como CACO, é um histórico da modalidade. Fundado em 1922, foi dos pioneiros nos Campeonatos Nacionais e em 1954 sagrou-se campeão nacional, numa década dourada, nas asas de José Vaz Guedes (um dos nomes maiores do hóquei), com três vice-campeonatos e a conquista do Troféu Teresa Herrera, na altura o mais prestigiado troféu europeu. O clube despediu-se em 1989 da 1ª Divisão. O Projecto 2022, ano em que se celebra o centenário do “Clube do Bairro”, é uma aposta na reafirmação no panorama desportivo. *