HÁ UM TRAUMA QUE SE MANTÉM
Rio Ave quebra a mala pata caseira e acentua a cri sedo Vitória a jogar fora. Tudo com grande naturalidade
O Rio Ave não ganhava em casa. O Vitória não ganhava fora. Portanto, ontem, a não ser que houvesse empate, um destes traumas iria ser ultrapassado. E assim foi, com a felicidade a sorrir à turma da casa, que venceu perante o seu público para o campeonato ao fim de 169 dias de jejum. E, para alegria de uns, tristeza de outros: os minhotos continuam a navegar em ondas instáveis e voltaram a responder a uma goleada caseira com uma pálida exibição longe do conforto do lar.
A irregularidade a nível de resultados das duas equipas ficou patente no início da partida, onde nenhuma delas conseguiu chamar a si a responsabilidade de dominar. A tranquilidade reinava junto das balizas e a maior posse de bola do Rio Ave não era sinónimo de maior iniciativa. Até porque era o Vitória que mais procurava chegar ao golo, sempre através de remates de longe que Léo Jardim ia resolvendo com maior ou menor dificuldade.
Com tudo tão embrulhado, foi necessário um lance bem ‘fora da caixa’ para o marcador ser inaugurado. Numa jogada que começou com duas bolas em campo, Pedro Henrique cometeu um erro pouco habitual em si e puxou Gelson Dala quando este nem se encontrava em posição especialmente privilegiada. Penálti claro e prontamente convertido por Filipe Augusto. Um golo que espevitou os vila-condenses e abalou os vitorianos, como se comprova com o facto de o 2-0 ter estado perto de acontecer poucos minutos depois, com Nuno Santos a testar os reflexos de Miguel Silva num remate em arco de fora da área. Até ao intervalo nada de relevante se passou, mas a 2ª metade começou praticamente com o segundo golo do Rio Ave. Desta vez foi Osorio quem falhou ao deixar a bola nos pés de Diego Lopes, que só teve de tocar para o lado para Nuno Santos finalizar. Certamente um golo especial para o extremo, que regressou recentemente à competição após um longo calvário devido a lesão.
Reação tardia
Se o primeiro golo do jogo tinha feito mal ao Vitória, o segundo foi um verdadeiro murro no estômago, que deixou a equipa de Luís
PEDRO HENRIQUE E OSORIO ‘OFERECERAM’ DOIS GOLOS E NÃO HOUVE INSPIRAÇÃO OFENSIVA PARA RESPONDER
Castro muito perto do KO. O técnico ainda tentou mexer a partir do banco, mas o fantasma dos jogos fora já tinha entrado na cabeça dos jogadores. Apesar de aqui e ali se terem visto algumas aproximações perigosas, o jogo estava sob controlo do Rio Ave e só mesmo uma infantilidade de Galeno trouxe emoção à reta final. Tozé reduziu, mas o dano estava feito e o trauma forasteiro mantém-se.