Record (Portugal)

NO LIMITE DO ESFORCO

Dragões cumpriram a tradição de vencer após uma derrota, mas tiveram de sofrer. Desgaste foi notório e o Santa Clara chegou a assustar

- CRÓNICA DE RUI SOUSA

O apito final de Manuel Oliveira foi um alívio para os dragões, que acabaram o jogo no limite do esforço, passando os últimos minutos em sofrimento para garantirem os três pontos que lhes permitem desfrutar da Páscoa na frente do campeonato, à espera do que o Benfica vai fazer na receção ao Marítimo. Sérgio Conceição passou a semana a reclamar mais tempo de descanso para os seus jogadores depois do jogo frente ao Liverpool, prevendo que houvesse sequelas no duelo com o Santa Clara, e a verdade é que os seus receios confirmara­m-se.

O FC Porto jogou de forma lenta, sem rasgos no último terço do terreno, com falhas de ligação entre o meio-campo e o ataque, e sem exercer pressão na saída de bola dos açorianos, denotando grande desgaste físico e até mental. Corona, que tem sido um dos jogadores mais influentes na equipa, começou no banco de suplentes, Pepe nem sequer foi a jogo, e pedras nucleares como Herrera e Marega foram quebrando à medida que o tempo passava. Ficou evidente que na noite de ontem o mais importante era mesmo a conquista dos três pontos.

A equipa de Sérgio Conceição cumpriu os serviços mínimos, dando uma vez mais a volta por cima depois de uma derrota. Tem sido sempre assim desde que o técnico assumiu o comando dos dragões, e já lá vai uma dúzia de vezes. O desaire diante dos reds foi cruel e ingrato, conforme Conceição tinha assumido no lançamento deste jogo, e era grande a expectativ­a para ver até que ponto a reação seria positiva na sequência da derrota mais pesada da época. O FC Porto nunca esteve ao nível do que mostrou no encontro da Champions, e dificilmen­te o poderia fazer, face ao intenso desgaste a que esteve sujeito, mas mesmo assim jogou o suficiente para justificar a vitória, perante um Santa Clara que comprovou o estatuto de uma das equipas revelação do campeonato. A primeira grande oportunida­de do encontro pertenceu a Soares, mas até ao momento em que Marega aproveitou a melhor jogada do ataque portista para abrir o marcador era o Santa Clara que tinha mais remates. Zé Manuel e Guilherme viram o assistente anular-lhes dois golos por forade-jogo evidente, mas não deixaram de ser duas sérias ameaças para Iker Casillas...

Reação

Guilherme entrou novamente acelerado na segunda parte e obri

gou o espanhol a uma grande intervençã­o naquela que foi a primeira situação de golo após o intervalo. Vendo que a sua equipa canalizava demasiado jogo pelo meio, onde o Santa Clara tinha muita gente em permanênci­a, e sem a chama de Brahimi, Conceição foi ao banco buscar o fatigado Corona e Fernando Andrade para abrir as alas, mas só o mexicano foi capaz de agitar as águas. Tecatito teve aos 67’ uma clara oportunida­de para marcar e oito minutos depois foi a vez de Andrade permitir a Marco fazer a defesa da noite. Com o jogo a aproximar-se do final e sem conseguir fazer o golo da tranquilid­ade, a equipa de Conceição ficou à mercê de um qualquer movimento ofensivo do Santa Clara que chegasse com êxito à baliza de Casillas e sem grande tempo para inverter o texto.

Descanso

Depois de sete jogos em 21 dias, os dragões terão agora cinco dias até à deslocação a Vila do Conde para defrontar o Rio Ave, intervalo de tempo alargado e pouco habitual, que vai permitir recuperar os jogadores que estão em maiores dificuldad­es físicas. Os problemas do jogo de ontem também não permitiram o regresso à competição de Aboubakar, conforme era desejo das bancadas. *

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