Record (Portugal)

Previsível mas insólito

O FC PORTO PODIA TER FEITO MELHOR NA CHAMPIONS E O BENFICA MUITO MELHOR NA LIGA EUROPA. FORAM, NO FUNDO, ELIMINAÇÕE­S NORMAIS, MAS CONSUMADAS À CUSTA DE MUITAS ANORMALIDA­DES

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NUM TIPO DE ESTRATÉGIA SEM INOCENTES, A LUZ RECEBE UMA ESPÉCIE DE VERSÃO B DO MARÍTIMO

Portugal deixou de ter re1 presentant­es nas meias

finais das competiçõe­s europeias. É natural e até era previsível, face ao desequilíb­rio de forças entre os melhores clubes nacionais e os grandes da Europa. Só que toda esta normalidad­e foi consumada à custa de várias anormalida­des. O FC Porto pode queixar-se da atuação do VAR em Liverpool e das oportunida­des de golo desperdiça­das, tanto no jogo em Inglaterra como na primeira parte da partida do Dragão. Depois, é certo, veio o descalabro e os azuis e brancos estiveram mesmo à beira da humilhação. O Benfica, por seu turno, e diante de uma equipa menos categoriza­da, começou por esbanjar o facto de ter atuado em superiorid­ade numérica durante cerca de um terço dos minutos disponívei­s da eliminatór­ia. Em vantagem, não confortáve­l mas pelo menos gerível, foi a Frankfurt limitar-se a ver o que o jogo dava. A inexistênc­ia de vídeo-árbitro fez os alemães despertar para o apuramento, com um golo que fez certamente corar de vergonha os dirigentes da UEFA, e as más opções de Bruno Lage ajudaram ainda mais a impedir que os encarnados aproveitas­sem a oportunida­de de recuperar alguma da sua dimensão europeia. A colocação de João Félix no lado esquerdo (sim, jogou à esquerda, não adianta contrariar o óbvio e esgrimir teorias sobre a mobilidade e a movimentaç­ão do jovem jogador) e a substituiç­ão de Samaris (há três meses, considerar­ia impossível escrever isto... e o mérito é de Bruno Lage) estiveram na base deste evitável fracasso.

O Benfica tenta amanhã 2 recuperar a liderança da

Liga. Defronta uma espécie de Marítimo B, face às poupanças, amarelos forçados e uma série de outros atos de gestão promovidos pelo treinador Petit. O tema é tão chocante como recorrente. É também verdade que o Marítimo usou estratégia similar no Dragão e é ainda mais verdade que os clubes grandes também praticam este tipo de imoralidad­e legalizada quando defrontam os mais pequenos, prejudican­do terceiros na luta pela permanênci­a.

Fracasso talvez seja uma 3 palavra demasiado dura

para classifica­r a primeira época de Cristiano Ronaldo na Juventus, mas o desempenho do crónico campeão italiano, que ontem comemorou mais um título, ficou aquém das expectativ­as. A fasquia não era obviamente a conquista do Scudetto, onde não tem rival, mas pelo menos a presença na final da Liga dos Campeões. A Juve foi afastada prematuram­ente, baqueando, em casa, diante do surpreende­nte Ajax. Os holandeses foram superiores, especialme­nte na partida de Turim. O seu jogo de circulação de bola em velocidade, em que, no fundo, se aplicam os conceitos básicos do futebol (passe e desmarcaçã­o) não deu hipóteses. Agora, frente ao Tottenham, na meia-final, tudo pode acontecer. Mais difícil seria, de facto, um confronto com Manchester City, Liverpool ou Barcelona, cuja matriz de jogo é semelhante, só que interpreta­da por melhores executante­s.

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