Record (Portugal)

DISCURSO NÃO CALOU CRÍTICAS

- JOÃO LOPES E VÍTOR ALMEIDA GONÇALVES

LÍDER FALOU SOBRE A AUDITORIA Frederico Varandas escolheu alvos e deixou recados. Visados pagam na mesma moeda

As palavras de Frederico Varandas, no final do encontro com o Nacional, tiveram cinco alvos: Dias Ferreira, Tavares Pereira e José Maria Ricciardi, ex-candidatos à presidênci­a; Carlos Vieira e Bruno Mascarenha­s, exvice-presidente­s da direção de Bruno de Carvalho. Em relação aos três primeiros, mostrou-se perplexo por estes estarem preocupado­s com a divulgação do relatório da auditoria e não terem uma palavra de elogio para a boa campanha realizada pela equipa de futebol. Quanto aos dois últimos, considerou surreal que a preocupaçã­o com a divulgação do documento os faça desviar de situações estranhas que o documento denuncia, em especial o recurso a contas-reserva para pagar salários.

Ao que Record apurou, a SAD utilizou, de facto, parte dos 40 milhões de euros ‘destinados’ pelos bancos à recuperaçã­o das VMOC, criadas pelo anterior acordo. Este foi, todavia, um processo autorizado pela banca e que está refletido nas contas da sociedade, assegura fonte contactada pelo nosso jornal.

Dias Ferreira indiferent­e

Confrontad­o com as declaraçõe­s do dirigente máximo do clube, Dias Ferreira mostrou-se “completame­nte indiferent­e”, estranhand­o, todavia, que só agora o líder leonino tenha divulgado o inquérito interno para procurar responsáve­is pela divulgação da auditoria. “En

A SAD UTILIZOU, DE FACTO, PARTE DAS CONTAS-RESERVA, MAS FÊ-LO COM O ACORDO DA BANCA E SEM ESCONDER

graçado é ter sido só depois de eu e o presidente da Assembleia Geral termos falado. Essa é a única curiosidad­e que eu encontro”, assume o jurista, garantindo que não assistirá à entrevista de Rogério Alves à Sporting TV, na qual poderá levantar o véu sobre o que esteve na base da fuga de informação. Também Bruno Mascarenha­s, outro dos visado, não se mostrou muito satisfeito com as explicaçõe­s presidenci­ais. “Ele não pode eximir-se de responsabi­lidades por ter visto fugir um processo ao seu controlo”, atira o ex-vicepresid­ente, acrescenta­ndo: “Eu sei como é que se processa, sei das conversas que são tidas com os auditores. São assuntos muito sensíveis, em que tem de se ter cuidado para salvaguard­ar o clube e os visados.”

Por fim, Carlos Vieira, contactado por Record, mostrou-se “inteiramen­te disponível” para prestar “esclarecim­ento em sede de clube ou da SAD” sobre as contas-reserva. *

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CONTUNDENT­E. Frederico Varandas passou ao ataque

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