A película do Etihad

Esteve para ser cedido nos dois últimos mercados de transferências e parecia acabado para o futebol dos grandes momentos. Um jogador fundamental no Athletic, de onde saiu no final da temporada 2012/13, e que até chegou a ser campeão do Mundo na África do Sul (depois de ter jogado uns minutos nos ‘oitavos’ contra Portugal).

É um homem de área. Daqueles que se sente em casa enquanto espera por uma bola perdida no meio dos centrais. Um ‘matador’ pa

FERNANDO LLORENTE, AOS 34 ANOS, SÓ ESTAVA A SER A SUA ATÉ 4.ª FEIRA...

ciente, como só os bons ‘matadores’ sabem ser. Forte no jogo aéreo e perspicaz na arte de saber ser feliz com apenas um toque.

Depois de grandes épocas em Bilbao, andou pela Juventus, Sevilha, Swansea e está a fazer a sua segunda temporada no Tottenham. Foi contratado para ser uma sombra de Harry Kane, mas não estava a conseguir mais do que ser uma sombra dele próprio. Até que chegou aquele minuto 73 na noite da última quarta-feira. Metade corpo, metade braço. Fica a dúvida e uma certeza: aos 34 anos, Fernando Llorente marcou o golo mais importante da sua carreira num jogo que ficará para a história da Champions.

Teve medo que o VAR lhe roubasse essa glória e voltou a sentir o mesmo receio antes do golo anulado a Sterling que dava nova vantagem ao City: “Os meus companheiros estavam caídos no relvado e depois vimos que era fora-de-jogo. Foi de película.” Um filme com ação, suspense, drama e tragédia. Para todos os gostos. Como só o futebol sabe oferecer. E com um herói improvável. Alguém falou em Eder?