Record (Portugal)

Cor(o) das críticas

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O futebol português será mais credível quando os clubes tiverem a mesma reação pública perante os erros de arbitragem. Ninguém pode ser credível quando o discurso é incoerente na análise do trabalho das equipas de arbitragem em situações similares. Amentalida­de da nossa sociedade desportiva é moldada pelos discursos inflamados e negativos de intervenie­ntes, sem formação em arbitragem, que só realçam o erro quando são prejudicad­os e calamse quando são beneficiad­os. Há comentador­es que difundem e fazem eco dessa mesma mentalidad­e, através da qual numa semana têm uma opinião e na outra, em casos totalmente semelhante­s, abdicam da sua credibilid­ade para estarem em sintonia com quem ‘manda’. Nesta jornada, foi assinalado um pontapé de penálti, punindo uma infração sobre João Félix cometida por Ricardo Esgaio no Sp. Braga-Benfica. Foi um lance que motivou muitas críticas devido à intensidad­e do toque e alguns, mais radicais, afirmaram que o contacto é inexistent­e. Curiosamen­te, no mesmo estádio e frente ao mesmo adversário, afirmaram não haver dúvidas quando foi assinalado um penálti de Claudemir sobre Éder Militão, uma situação que motivou, agora do outro lado, muitas críticas em relação à equipa de arbitragem. Analisando os dois lances, concluímos que as equipas de arbitragem foram as únicas a serem coerentes ao aplicarem o mesmo critério em lances da mesma natureza. Duas infrações onde os contactos, pelas imagens disponívei­s, não foram suficiente­mente claros, abrindo, com isso, margem para as críticas à medida, mas que os árbitros não tiveram quaisquer dúvidas em assinalar. Perante estas evidências, as conclusões são inequívoca­s: estes discursos incoerente­s e inflamados têm de ser punidos por quem de direito. Haja coragem! *

31.ª

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