Record (Portugal)

“Casillas é o meu grande ídolo”

Já refeito do choque que foi “ouvir a notícia” do problema do espanhol, o guarda-redes do Aves acredita que tudo “vai passar” e lembra a história de quando precisou do Google Translate para pedir a camisola ao seu herói na estreia do futebol português, em

- FOTOS TEXTOS ANTÓNIO MENDES JOSÉ GAGEIRO/MOVE PHOTO

é que sentiu o que aconteceu com o Casillas, sendo ele o seu grande ídolo?

BEUNARDEAU – Quando ouvi a notícia fiquei em choque, mas depois fui percebendo que ele estava a recuperar bem e fiquei mais aliviado. Foi triste, muito triste e deu para perceber como ele é uma figura planetária, mas são coisas que podem acontecer e agora só espero que ele tenha muita força e que recupere depressa.

Ainda espera ver Casillas nos relvados?

B – Não sei, também tenho dúvidas, mas isso agora não é obviamente o mais importante. O que ele teve é grave, como se percebe pelos comentário­s de vários especialis­tas, e há que dar tempo para uma boa recuperaçã­o. Isso é que é fundamenta­l, que se recupere acima de tudo o homem, e a questão do atleta vê-se depois. Seja como for, é um caso para avaliar mais para a frente e não agora. O que importa é que ele abandone o hospital, que volte junto da família e que recupere a sua vida normal. Da minha parte só lhe desejo tudo de bom e que isto tenha sido mesmo só um grande susto.

Como é que foi a sua estreia no futebol português e num jogo contra o seu ídolo, na Supertaça?

B – Foi o mais especial que podia ter, com um estádio cheio e frente a uma grande equipa. Estava muito nervoso quando o cumpriment­ei ainda antes de começar o jogo. O Casillas sempre foi o meu grande ídolo. Para mim, aquele jogo era um sonho a concretiza­r-se. Jogar contra aquele guarda-redes que sempre admirei, um dos melhores de sempre. Foi mesmo um jogo para nunca mais esquecer.

Apesar da derrota…

B – Sim, isso foi o pior, mas chegámos a acreditar que era possível derrotar o grande FC Porto, pois foi o Falcão a marcar o primeiro golo do jogo. Foi pena, mas o FC Porto é uma grande equipa a deu a volta ao jogo com naturalida­de.

Chegou a trocar a camisola com o Casillas?

B – Consegui, mas ficou mais uma história para contar. No final do jogo, ele estava a festejar com os colegas e depois foi levantar a Taça e nem sequer tive oportunida­de de me despedir dele, mas estava determinad­o em conseguir a camisola. Depois do banho, lembro-me que dobrei a minha com muito cuidado para dar ao Casillas e estava à porta do balneário à espera dele. Entretanto, vi o Derley a conversar com o Maxi e pedi-lhe para ele chamar o Casillas. Quando ele chegou à minha frente nem queria acreditar, e a única coisa que me lembrei, já que nessa altura não falava português e muito menos o espanhol, foi pegar no meu telemóvel e dizer em francês o que pretendia para o Google Translate. Quando coloquei o telemóvel no ar para ele ouvir, fez um ar de surpreendi­do e riu-se muito. Deu-me a camisola e foi muito simpático. Aliás, confirmei tudo que já adivinhava que ele fosse, pois além de um enorme guarda-redes é um grande homem. Por isso merece tudo e que recupere rápido!

Acha que o jogo deste sábado com o FC Porto vai ser mais especial ainda, depois do que aconteceu com Casillas?

B – Acredito que os adeptos sintam isso e os jogadores do FC Porto, mas para nós no Aves vai ser a mesma coisa. O jogo já seria muito especial, porque o FC Porto precisa de ganhar para se manter com hipóteses de conquistar o título, mas nós também queremos confirmar em definitivo a permanênci­a. *

“COLOQUEI O TELEMÓVEL NO AR PARA ELE OUVIR, RIU-SE MUITO. DEU-ME A CAMISOLA E FOI MUITO SIMPÁTICO”, RECORDA

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BEUNARDEAU

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