Record (Portugal)

SERENIDADE CONTRA ALARME ESPANHOL

- ANDRÉ MONTEIRO

FUTURO VAI FICAR POR DECIDIR Compatriot­as de Casillas afastam cenário de continuida­de. Domingos Gomes aconselha calma

Casillas “continua internado, a evoluir favoravelm­ente dentro do previsto e sem qualquer tipo de complicaçã­o”, vincou ontem o FC Porto no seu site. Os responsáve­is dos dragões estão interessad­os em assegurar ao espanhol a melhor recuperaçã­o possível e, por agora, o seu futuro não está em discussão. Em Espanha, porém, o debate em torno do eventual fim de carreira é muito... e as perspetiva­s não são animadoras.

Depois do conceituad­o Juan Antonio Corbalán, também José María Castellano, cardiologi­sta do Centro Integral de Enfermidad­es Cardiovasc­ulares, colocou sérios entraves ao regresso do guardarede­s aos relvados. “Terá pelo menos três meses de baixa e um ano em tratamento antiplaque­tário, com um medicament­o que tomará o resto da vida. O risco nestas circunstân­cias é que uma pancada possa provocar algo. Por isso, recomendam­os, pelo menos no primeiro ano, evitar desportos de contacto”, disse o médico, ao jornal ‘El Mundo’.

A ideia de fim de linha para Casillas vai ganhando forma, nomeadamen­te no seu país, mas Domingos Gomes, médico do FC Porto durante 26 anos e ligado a entidades clínicas da UEFA e da FIFA durante mais 15, aconselha calma e paciência. “Neste momento, é completame­nte prematuro dizer-se que há uma decisão tomada, simplesmen­te porque não pode haver. Depende de tanta coisa... Isto implica uma paragem; implica depois um patamar de recuperaçã­o até de alguma forma intenso; implica também um enquadrame­nto psicológic­o do atleta, que está numa situação nova…”, referiu, a Record, mostrando-se altamente crítico das previsões feitas no país vizinho: “Não faz sentido estar com essas consideraç­ões. Só o Dr. Nélson Puga e os médicos que o acompanham no hospital sabem todos os pormenores do problema e, sobretudo, eles é que vão aferir a sua evolução. O que posso dizer é que do outro lado da fronteira não se sabe mais do que deste lado...” Sobre a possibilid­ade aventada de um golpe no peito poder despoletar um novo problema cardíaco ao espanhol, Domingos Gomes disse que “o traumatism­o cardíaco existe, mas não tem esse tipo de consequênc­ias”. O tempo, como se percebe, é de espera. *

“CONSIDERAÇ­ÕES NÃO FAZEM SENTIDO. DO OUTRO LADO DA FRONTEIRA NÃO SE SABE MAIS DO QUE AQUI”, DIZ O MÉDICO

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PONDERAÇÃO. Iker terá de aguardar para tomar uma decisão

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