SERENIDADE CONTRA ALARME ESPANHOL
FUTURO VAI FICAR POR DECIDIR Compatriotas de Casillas afastam cenário de continuidade. Domingos Gomes aconselha calma
Casillas “continua internado, a evoluir favoravelmente dentro do previsto e sem qualquer tipo de complicação”, vincou ontem o FC Porto no seu site. Os responsáveis dos dragões estão interessados em assegurar ao espanhol a melhor recuperação possível e, por agora, o seu futuro não está em discussão. Em Espanha, porém, o debate em torno do eventual fim de carreira é muito... e as perspetivas não são animadoras.
Depois do conceituado Juan Antonio Corbalán, também José María Castellano, cardiologista do Centro Integral de Enfermidades Cardiovasculares, colocou sérios entraves ao regresso do guardaredes aos relvados. “Terá pelo menos três meses de baixa e um ano em tratamento antiplaquetário, com um medicamento que tomará o resto da vida. O risco nestas circunstâncias é que uma pancada possa provocar algo. Por isso, recomendamos, pelo menos no primeiro ano, evitar desportos de contacto”, disse o médico, ao jornal ‘El Mundo’.
A ideia de fim de linha para Casillas vai ganhando forma, nomeadamente no seu país, mas Domingos Gomes, médico do FC Porto durante 26 anos e ligado a entidades clínicas da UEFA e da FIFA durante mais 15, aconselha calma e paciência. “Neste momento, é completamente prematuro dizer-se que há uma decisão tomada, simplesmente porque não pode haver. Depende de tanta coisa... Isto implica uma paragem; implica depois um patamar de recuperação até de alguma forma intenso; implica também um enquadramento psicológico do atleta, que está numa situação nova…”, referiu, a Record, mostrando-se altamente crítico das previsões feitas no país vizinho: “Não faz sentido estar com essas considerações. Só o Dr. Nélson Puga e os médicos que o acompanham no hospital sabem todos os pormenores do problema e, sobretudo, eles é que vão aferir a sua evolução. O que posso dizer é que do outro lado da fronteira não se sabe mais do que deste lado...” Sobre a possibilidade aventada de um golpe no peito poder despoletar um novo problema cardíaco ao espanhol, Domingos Gomes disse que “o traumatismo cardíaco existe, mas não tem esse tipo de consequências”. O tempo, como se percebe, é de espera. *
“CONSIDERAÇÕES NÃO FAZEM SENTIDO. DO OUTRO LADO DA FRONTEIRA NÃO SE SABE MAIS DO QUE AQUI”, DIZ O MÉDICO