Drama de Iker uniu rivais
Às vezes é preciso chegar aos limites para que as pessoas caiam na real. A situação dramática vivida esta semana por Iker Casillas, um atleta único e senhor de um currículo extraordinário, teve pelo menos a vantagem de conseguir unir cores e adeptos. De todo o lado, inclusivamente dos maiores rivais, quer em Portugal quer em Espanha, surgiram mensagens de apoio a Casillas. Uma prova clara de que todo o ódio que é fomentado ao longo do ano, e que quase sempre faz dos árbitros danos colaterais, é facilmente posto de parte quando o que está em causa é bem mais importante. Reafirmando aquilo que a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol já disse em comunicado, desejo a Iker Casillas uma rápida recuperação e que volte a fazer aquilo que mais gosta. E também desejo, embora saiba que é bem mais difícil, que o clima de respeito entre rivais se mantenha, sem que seja necessário uma situação de alarme como esta.
Noutro âmbito, as competições profissionais estão agora na fase das decisões. Com apenas três jornadas por disputar, há muito por decidir. Perante o ruído causado pela divulgação de algumas nomeações antes de tempo, o Conselho de Arbitragem decidiu voltar a divulgar as nomeações antecipadamente, acabando de vez com esse ruído extra sem sentido. Ao contrário do que é a perceção de muita gente, a não divulgação antecipada das nomeações era uma situação extraordinária que começou há pouco mais de um ano. Para os árbitros pouco muda, porque o mais importante é a nomeação em si e não o momento em que chega ao grande público. O mais importante é que os jogos corram bem, com tranquilidade e discrição. De resto, tudo aquilo que for dito antes e depois de cada partida é apenas conversa para enganar fanáticos. Mas toda a gente sabe que vozes de burro não chegam ao céu.