ÉPOCA “DIFÍCIL” PARA OS ÁRBITROS
Luciano Gonçalves, presidente da APAF, diz que esta temporada foi “desgastante”
O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) reconheceu ontem, em Leiria, à margem da gala dos 40 anos da associação, que esta foi “uma época difícil” e “desgastante” para os árbitros. “Não podemos fugir a isso. E, naturalmente, quando chegamos ao fim da época e olhamos para trás, ficamos com um sabor agridoce. Estamos satisfeitos porque trabalhámos bem desde o topo até à base, mas algo tristes porque continua a haver uma ideia errada da arbitragem”, lamentou Luciano Gonçalves, antes de voltar a considerar que o VAR “veio para ajudar”: “É uma mais-valia. A aceitação é que não está a ser tão rápida quanto pretendíamos. Há algumas dores de crescimento. O principal problema é a incompreensão”, frisou o dirigente, considerando que o desconhecimento “de muita gente” em relação ao protocolo prejudica a imagem da arbitragem.
“Não tínhamos ninguém formado para a função de VAR. A estratégia do Conselho de Arbitragem foi aproveitar os árbitros que tínhamos. Não é possível ir buscar alguém que seja entendido no VAR. Vamos dar tempo ao tempo neste processo e, a médio prazo, vamos ter os resultados que todos desejamos”, salientou Luciano Gonçalves.
Polícia chamada
Antes da gala, que reuniu cerca de 300 pessoas, o ex-internacional Olegário Benquerença criticou o clima de “terrorismo verbal” em que o futebol português está mergulhado e, por questões de segurança, a APAF solicitou, inclusivamente, a presença da polícia no local.
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, foi um dos vários convidados que marcaram presença na festa, tal como o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, que voltou a pedir “contenção” aos dirigentes, por forma a que seja possível desenvolver-se “uma verdadeira cultura desportiva”. *
“ESTAMOS ALGO TRISTES PORQUE CONTINUA A HAVER UMA IDEIA ERRADA SOBRE A ARBITRAGEM”, AFIRMOU