Grimaldo, o criador
Dois golos na sequência de lances de bola parada laterais [2], que desfraldaram as debilidades da defesa com predominância zonal do Portimonense, ajudaram o Benfica a desbloquear um jogo que começou a desenhar-se por linhas gris. A consumação do regresso dos encarnados aos resultados robustos teve sequência no aproveitamento, com elevada sagacidade, do contragolpe e do ataque à profundidade [1,3], algo que favorece o perfil de Vinícius, a opção certa de Bruno Lage para referência ofensi
DOIS GOLOS EM LANCES DE BOLA PARADA DESFRALDARAM DEBILIDADES DA DEFESA DO PORTIMONENSE
va num jogo ante um rival que cedeu demasiados espaços entre centrais e laterais, como também nas costas da última linha.
Apesar da criatividade oferecida por Chiquinho, o Benfica sentiu complexidades, na etapa inicial, para encontrar espaços dentro do bloco adversário, organizado, em momento defensivo, num 5x4x1. Algo que condenou a criação das águias à previsibilidade do jogo exterior, insistindo em cruzamentos quase sempre votados ao fracasso. Valeu, então, o golo apontado por André Almeida, depois de um desvio crucial de Gabriel ao primeiro poste, que detonou a cobertura zonal do primeiro poste por parte do oponente. Além disso, os encarnados denotaram dificuldades no momento de transição defensiva, permitindo que o Portimonense chegasse ao último terço em situações de paridade numérica, esbanjadas pela intermitência na decisão de Aylton e de Iury, incapazes de acompanhar a velocidade de raciocínio e a qualidade técnica de Tabata e de Lucas.
O golo apontado por Rúben Dias, a dar sequência a um cruzamento cirúrgico de Grimaldo [2], mudou definitivamente a cara do jogo. O Portimonense, em desvantagem por dois golos, assumiu mais riscos e expôs-se, permitindo que os encarnados abraçassem o momento em que são mais letais: quando transformam a transição ofensiva em contra-ataques ou ataques rápidos. O papel de Grimaldo como criador foi absolutamente superlativo, tanto na forma como buscou a desmarcação de Vinícius nas costas da última linha demasiado subida dos algarvios [3], como no passe suculento que permitiu que Chiquinho desbravasse o corredor esquerdo [1], num lance que redundou numa assistência em trivela do criativo português para o bis do avançado brasileiro, um ninja no ataque à profundidade.