Record (Portugal)

JOGADORES NÃO QUEREM VER AGRESSORES

- LUÍS MOTA

Profission­ais pedem para testemunha­r por vídeo, noutro tribunal ou sem os invasores na sala

O Sporting, assistente no processo da invasão à Academia, em Alcochete, e representa­do pelo advogado Miguel Coutinho, apresentou ontem vários requerimen­tos no Tribunal de Monsanto com o objetivo de evitar colocar frente a frente com os arguidos os oito jogadores arrolados como testemunha­s que ainda pertencem aos quadros do clube: Marcus Wendel, Jérémy

ADVOGADOS DE DEFESA VÃO PRONUNCIAR-SE SOBRE O REQUERIMEN­TO E DEPOIS DE AMANHÃ HAVERÁ UMA DECISÃO

Mathieu, Marcos Acuña, Rodrigo Battaglia, Luís Maximiano, Sebastián Coates, Stefan Ristovski e Bruno Fernandes. Entre as várias razões apresentad­as pelo causídico leonino, a principal está, precisamen­te, relacionad­a com as agressões ocorridas em Alcochete, na invasão à Academia do passado dia 15 de maio de 2018: “Todos presenciar­am em primeira mão os factos descritos”. E, por isso, os oito jo

gadores entregaram requerimen­tos para que possam testemunha­r sem estar no mesmo espaço físico dos arguidos. Há três alternativ­as à escolha, caso o despacho seja favorável. Os testemunho­s podem ser prestados à distância, através de videoconfe­rência (Skype) ou, também por vídeo, mas noutro tribunal longe daquele onde decorre o julgamento. Ou, por fim, no próprio Tribunal de Monsanto, mas sem acusados na sala de audiências.

Longe de Monsanto

Miguel Coutinho argumentou ainda que esta última solução não será a ideal, pois a entrada e revista das testemunha­s é feita pelo mesmo sítio por onde entram os arguidos. Ou seja, se os procedimen­tos não se alterarem, existe a possibilid­ade de os jogadores se cruzarem com os agressores à porta do tribunal. Além disso, o advogado que representa o clube e a SAD verde e branca considerou que “não se vislumbram razões para que a presença física seja fundamenta­l para se descortina­r a verdade”. E até pode ter o efeito oposto e provocar constrangi­mentos enquanto os testemunho­s são prestados.

De qualquer forma, o coletivo de juízes liderado pela juíza Sílvia Pires não tomou qualquer decisão, pois todos os advogados de defesa também arrolaram os jogadores do Sporting como testemunha­s no processo. Por esse motivo, os causídicos terão de se pronunciar sobre o requerimen­to do Sporting e a decisão final será tomada depois de amanhã. No final da oitava sessão, os advogados tiraram fotografia­s ao documento apresentad­o para depois se pronunciar­em.

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