ESTRELAS GUIAM RUMO A LISBOA
António Pinto, Albertina Dias, Rosa Mota e Fernanda Ribeiro dão a cara pelo evento caseiro
É já no próximo domingo que Lisboa vai receber o Campeonato da Europa de corta-mato, no Parque da Bela Vista, local mais conhecido pelo festival de música ‘Rock In Rio’, mas que agora também servirá para outro tipo de evento, este de cariz desportivo.
E nada melhor do que recorrer a figuras históricas do atletismo português para dar o mote para a prova caseira. António Pinto, Albertina Dias, Fernanda Ribeiro e Rosa Mota uniram-se para dar a cara numa ação promocional ao Europeu. “Considero ser uma oportunidade muito boa, de certeza uma mais-valia para o nosso país e para provar que somos capazes de organizar eventos desta dimensão e importância a nível europeu”, frisou Albertina Dias, de 54 anos, ela que foi campeã mundial de corta-mato em 1993, vice-campeã em 1990 e medalha de bronze em 1992. E deixa conselhos aos portugueses que vão participar. “Trabalhar muito, respeitar o adversário, ser muito disciplinado e acima de tudo muita humildade. Na minha opinião, estes são os fatores base para virem a ser grandes atletas.” Fernanda Ribeiro ficou notabilizada pelo ouro olímpico nos 10 mil metros em Atlanta’1996, sendo que no Europeu de corta-mato ficou muito perto do bronze em 1998. Mas quatro anos antes integrou a equipa que coletivamente foi 3ª. “É um evento muito importante para o país e desenvolvimento do corta-mato a vários níveis. É também uma oportunidade única para todos os atletas tanto individual como coletivamente e é com grande satisfação que vejo uma prova com esta dimensão a ser realizada em Portugal”, frisou a atleta de 50 anos. E tal como Albertina, deixa também uma dica aos que agora lutam por resultados. “Que se dediquem de corpo e alma e trabalhem muito todos os dias, pois todos os bons resultados aparecem com trabalho e persistência.”
“Éramos os quenianos”
António Pinto foi um grande maratonista – em Londres subiu sete vezes ao pódio, sendo que em três delas no primeiro lugar –, mas guarda também boas referências do corta-mato. “A melhor foi claramente o primeiro Campeonato da Europa, que vencemos por equipas e ainda trouxemos o 1º lugar individual pelo Paulo Guerra, em 1994. Nessa altura, apenas os espanhóis se equiparavam e éramos claramente a maior potência a nível europeu no que concerne ao corta-mato. Ainda me recordo de que em tons de brincadeira éramos apelidados de ‘quenianos’ da Europa, tal a supremacia”, recorda o antigo atleta, de 53 anos.
“ÉRAMOS APELIDADOS DE ‘QUENIANOS’ DA EUROPA, TAL ERA A SUPREMACIA”, RECORDOU ANTÓNIO PINTO