“Não nos resta outra opção a não ser ganhar o clássico”
Na
Liga a distância para o 1.º lugar é de 13 pontos. O clássico com o FC Porto, a 5 de janeiro, é um tudo ou nada ?
BF – Todos os jogos daqui para a frente são de tudo ou nada. Temos de ser realistas: a diferença pontual é muito grande e, ao contrário dos nossos rivais, não temos margem para erro. O FC Porto não tem margem, porque já está a 4 pontos do Benfica. Não nos resta outra opção a não ser ganhar o clássico.
Mas no balneário ainda existe uma chama de esperança em relação ao título?
BF – Há que alimentar sempre essa esperança. Daqui para a frente, temos de olhar para cima. Não nos vamos preocupar com os de trás. O importante agora é recuperar pontos ao Benfica e ao FC Porto. Temos de continuar a acreditar.
BF – O FC Porto é sempre uma equipa muito forte. Saíram jogadores importantes, como Militão, Felipe, Herrera, Brahimi. Além deste núcleo duro, infelizmente o Iker também não pode jogar. Mas estas ausências têm sido bem colmatadas. O FC Porto tem dois excelentes guarda-redes. Digo dois porque o Diogo Costa é um guarda-redes que merece respeito e o Sérgio Conceição tem demonstrado que o tem em consideração. O Marchesín… surpreendeu-me muito. Ao ponto de o considerar um dos melhores da Liga.
Se pudesse contratar Brahimi em janeiro não hesitaria…
BF – [risos] O Brahimi era o melhor jogador do campeonato. Quando estava bem, conseguia partir qualquer defesa, sacar coelhos da cartola.
E quem é o melhor jogador da Liga atualmente?
BF – [respira profundamente]
Não tem problema se disser que é o Bruno Fernandes…
BF – [risos] Nunca irei fazer isso! Temos vários bons jogadores. É justo salientar o excelente arranque de temporada do Pizzi. Está a ser o mais influente na Liga. Mas gosto muito da maneira de jogar do Danilo Pereira. Dele e do William. Se conseguisse juntar os dois, construía o médio-defensivo perfeito. Pizzi e Danilo são os jogadores que, neste momento, se encontram num patamar acima dos outros. E, se não se tivesse lesionado, o Rafa estaria neste lote.
O rendimento é indissociável também da posição em campo. Onde se sente melhor?
BF – A posição que eu tenho vindo
“PIZZI E DANILO [PEREIRA] SÃO OS JOGADORES QUE, NESTE MOMENTO, SE ENCONTRAM NUM PATAMAR ACIMA DOS OUTROS”
a fazer nestes últimos jogos com o míster Silas é a mesma que fazia com o míster Keizer e com o míster Jesus. Sinto-me bem no centro do terreno. Claro que ter a liberdade para poder ir à direita ou à esquerda ajuda-me muito pelo facto de eu gostar de criar desequilíbrios. É uma posição que gosto. Mas já fiz também número 8.
Silas dá-lhe maior liberdade?
BF – Não. A liberdade é a mesma. Eram coisas que os outros já me pediam. O míster Silas pede-me o mesmo, e que me junte ao Vietto, porque ele também joga muito bem entrelinhas e as trocas entre nós podem funcionar bem.
Aparecem os dois em zona de remate.
BF – Sim, também. E havendo dois jogadores naquela posição que têm qualidade de remate, qualidade de último passe, qualidade de decisão, isso faz com que os adversários fiquem mais indecisos. Às vezes, se temos um adversário no meio de nós, ele fica indeciso entre se deve marcar o Bruno ou se deve marcar o Vietto, e nós somos dois jogadores que, com pouco espaço até para combinar, conseguimos sair da jogada com facilidade.