Dez jogadores a seguir em 2020
A CLASSE 2000 COMEÇA A CHEGAR AOS GRANDES PALCOS. SÃO 10 FUTEBOLISTAS QUE JÁ CONQUISTARAM PROTAGONISMO NAS SUAS EQUIPAS (E, EM ALGUNS CASOS, NAS SUAS SELEÇÕES PRINCIPAIS) E QUE PROMETEM EMOÇÕES FORTES EM 2020. TANTO NOS RELVADOS, ESPAÇO ONDE PROPORCIONAM
Jadon Sancho (Borussia Dortmund). O internacional inglês é a principal referência da geração 2000. Extremo, preferencialmente a partir da direita, quase sempre com o corredor central em ponto de mira, une velocidade, aceleração e agilidade a qualidade técnica e poder de drible, o que o torna num especialista na assunção de ações de condução e de desequilíbrio. Acutilante nos cruzamentos, tanto em bola corrida como em bola parada, e letal nos passes de rutura, exibe predicados no remate com o pé direito, muitas vezes em definições de primeira ao segundo poste.
Phil Foden (Manchester City). Com uma canhota de veludo, o inglês é um playmaker que nunca se esconde. Privilegia um futebol associativo com base em passes curtos, mas sempre com disponibilidade para arrancar passes de rutura que dilaceram as defesas rivais, fruto de uma visão de jogo felina e da ótima perceção das movimentações dos colegas. A velocidade, agilidade e aceleração acasalam com criatividade, qualidade técnica e argúcia no drible, o que lhe garante a assunção de ações de condução e de desequilíbrio, mas também se revela perigoso a desmarcar-se em direção a zonas de finalização.
Vinícius Júnior (Real Madrid). Extremo brasileiro destro, talhado para perscrutar diagonais da esquerda para o meio, sobressai pela forma como conjuga uma velocidade alucinante e uma tremenda aceleração com uma robustez que o leva a não evitar o choque. Pungente a atacar o espaço, conjuga criatividade, qualidade técnica e poder de drible, o que lhe afiança a criação de desequilíbrios no um contra um. Apesar dos atributos interessantes nos passes de rutura e de possuir um remate fácil de pé direito, poderá melhorar a tomada de decisão, reduzindo a tendência para individualizar os lances.
Erling Haaland (Red Bull Salzburgo). O goleador da geração 2000, como comprovam os 28 golos – 8 deles na Champions – em 22 jogos em 2019/20. Filho de Alf-Inge Haaland, jogador de características defensivas que representou Leeds United e Manchester City, o internacional norueguês conjuga poder físico a uma mobilidade, agilidade e aceleração pouco comuns num jogador com a sua imponência. Algo que lhe permite assumir um papel crucial a jogar de costas para a baliza, estabelecendo combinações com os colegas, e, principalmente, a surgir com tremenda perspicácia e instinto em zonas de finalização, destacando-se pela voracidade com que busca a baliza rival com os pés – o esquerdo é o dominante, mas o direito não é cego – ou através do jogo aéreo.
Ferran Torres (Valencia). Talhado para jogar a partir dos corredores laterais, o destro gosta de assumir ações de condução e de desequilíbrio, mesmo não se tratando de um driblador inato. Mordaz a esgaravatar diagonais para o espaço interior, ataca o espaço entrelinhas de forma a buscar voluptuosos passes de rutura, como também é astuto e extremamente rápido a desmarcar-se em direção a zonas de finalização, mostrando sagacidade no ataque à profundidade, o que o torna muito perigoso na exploração de contragolpes. Quando atua a partir do corredor direito, tende a oferecer maior largura e a oferecer assistências através de cruzamentos.
Sandro Tonali (Brescia). Chamam-lhe o novo Andrea Pirlo. Tal como o arquiteto que representou Juventus, AC Milan e Inter, o miúdo de Lodi foi lançado na Série A pelo Brescia, clube onde concluiu o seu processo de formação. O seu ótimo sentido posicional permite-lhe cortar inúmeras linhas de passes, mas sobressai principalmente por ser um médio-centro construtor com grande leitura de jogo e capacidade no passe a diferentes distâncias, mesmo que tenda a recorrer ao longo. O que lhe permite sair com argúcia de ações de pressão do rival – até porque também possui atributos interessantes no drible, o que lhe garante a assunção de ações de condução –, promovendo variações contundentes do centro do jogo ou a busca de passes verticais a solicitar desmarcações na profundidade dos colegas.
Dejan Kulusevski (Parma). Vinculado à Atalanta, que o cedeu ao Parma para jogar com continuidade, o internacional sueco de origem macedónia, que já somara 102 minutos na Série A pelos nerazzurri de Bérgamo em 2018/19, está a realizar um exercício superlativo pelos ducali, o que fica bem atestado em 4 golos e 7 assistências em 17 partidas. Talhado para atuar a partir do corredor direito, o canhoto é extremamente incisivo a perscrutar diagonais em direção ao corredor central ao tirar partido da sua qualidade no drible e velocidade, tanto em direção às entrelinhas, com os passes de rutura como mote, como a zonas de finalização, buscando a baliza rival através de remates de dentro ou de fora da área.
Alphonso Davies (Bayern). Internacional canadiano, de origem liberiana, foi contratado pelo Bayern, em janeiro de 2019, ao Vancouver Whitecaps, a troco de 10 milhões de euros. Médio-ala/extremo de origem, o canhoto tem sido adaptado, com sucesso, ao papel de lateral-esquerdo. Extremamente veloz, ágil e acelerativo, é corrosivo a oferecer largura e a atacar a profundidade, mas também se sente cómodo a indagar diagonais para o espaço interior, explorando os seus atributos na condução e na produção de desequilíbrios através do drible. Sagaz no passe, nos cruzamentos e no remate, está a burilar os seus argumentos defensivos, mostrando argúcia no desarme.
Dominik Szoboszlai (Rel Bull Salzburgo). Grande promessa do futebol magiar, começou a sua carreira na zona central do meio-campo, alternando as funções de 6 com as de 8, mas tem vindo a ser cada vez mais utilizado a partir dos corredores laterais – principalmente o esquerdo – em direção ao corredor central ou como médio-ofensivo. Evoluído no capítulo técnico, o que lhe permite assumir ações de condução e de desequilíbrio, consegue aliar predicados no capítulo do passe em zonas mais avançadas de construção ou na criação de situações de finalização, com um remate forte e espontâneo de pé direito em lances de bola corrida ou de bola parada.
Jonathan David (Gent). Descoberto pelo Genk nos canadianos do Ottawa, cumpre a sua segunda época na equipa sénior dos búfalos, sempre com um rendimento impressionante – 27 golos e 14 assistências em 66 jogos entre Campeonato e Liga Europa –, o que o coloca na rota dos colossos do futebol europeu. Unidade móvel de ligação entre o meio-campo e o ataque, capaz de desempenhar o papel de médio-ofensivo, falso ala, segundo avançado ou falso nove, destaca-se pela potência, ao ser capaz de aliar velocidade, mobilidade e aceleração com robustez e disponibilidade física. Incisivo a perscrutar movimentos de condução e de desequilíbrio, apresenta argumentos a solicitar a desmarcação dos colegas de equipa – que poderá refinar – e, principalmente, na finalização, até pela espontaneidade que apresenta nos remates com o pé direito.