Os treinadores dos cafés
O presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF) e colunista de Record, José Pereira, lamentou, na senda da escolha de Rúben Amorim para sucessor de Sá Pinto em Braga, que, por este andar, “qualquer dia, os treinadores são escolhidos nos cafés”. Pois, a meu ver, o maior problema da classe dos técnicos reside precisamente nos ‘treinadores de café’. Que são aqueles que formam a massa crítica dos clubes, pagam quotas, consomem informação desportiva e assinam canais premium. E, a esse nível, viu-se tudo menos um levantamento de rancho quando Frederico Varandas decidiu que Leonel Pontes, um treinador qualificado, não era o sucessor ideal para Marcel
AMEAÇAR VETAR O ACESSO DE SILAS E RÚBEN AMORIM AOS CURSOS SÓ CRIA UM PROBLEMA MAIOR
Keizer, recorrendo então a Silas. Um cenário similar ao que ocorre agora no Sp. Braga, onde o despedimento de Sá Pinto abriu as portas a mais um treinador não licenciado, escolhido por António Salvador. Isso sucede porque os presidentes são eleitos no âmbito de processos democráticos e prestam contas apenas aos seus associados e acionistas, quando muito. Quando escolhem um treinador estão a arriscar todo um projeto desportivo e o seu futuro na cadeira do poder. Se as escolhas de profissionais não diplomados para liderar equipas técnicas fossem assim tão desastrosas, já nenhum clube teria a ousadia de as levar a cabo. A ANTF não vai é resolver qualquer problema ameaçando vetar o acesso de Silas e Rúben Amorim aos próximos cursos de formação. Tem é de formular propostas concretas de alterações legislativas que sejam consensuais na classe.