Record (Portugal)

“Não acredito numa liderança democrátic­a. Comigo não existe”

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JJ – Quando lideras um projeto tens de tomar decisões. E isso, às vezes, fere pessoas e interesses. Faz parte de liderar. Por vezes as pessoas não percebem nem aceitam, acham que uma determinad­a ação é injusta. Mas não há outra maneira de poder liderar uma equipa. Não acredito numa liderança democrátic­a numa equipa. Comigo isso não existe. Também não é uma liderança de ‘quero, posso e mando’, mas se de cada vez que tomar uma decisão tiver de perguntar a alguém ‘Acham que está bem?’ não vai funcionar. Pelo menos no futebol.

Qual foi a decisão que mais lhe custou tomar?

JJ – Já tomei algumas no final da época em que tive de dizer não a alguns jogadores porque desportiva­mente não interessav­am à equipa em questão. Jogadores que, como pessoas, eram sensaciona­is.

Posso falar de um: Yannick Djaló. Um miúdo sensaciona­l e querido. Mas eu queria jogadores com caracterís­ticas diferentes e tive de lhe dizer que não íamos trabalhar mais em conjunto. Custou-me imen

“CUSTOU-ME IMENSO DIZER A YANNICK DJALÓ QUE NÃO IRÍAMOS CONTINUAR TRABALHAR JUNTOS”

so. E tive outro ao contrário: César Peixoto. Disse-me que não era feliz a jogar a defesa-esquerdo e que queria sair do Benfica. ‘Vais para onde?’, perguntei-lhe. ‘Para o Gil Vicente’, respondeu-me. ‘Não estou a ouvir bem. Queres ir para o Gil Vicente?!’ Acho que foi um grande erro que ele cometeu, mas às vezes os jogadores dão grandes pontapés nos baldes.

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