Porto 2020

Os desafios para o ano que começa são imensos. O FC Porto quer voltar a ter sucesso desportivo, o que lhe trará um sucesso financeiro imperioso. Já percebemos que o campeonato que falta será ao ritmo do Tango, são sempre precisos dois para o dançar, FC Porto e Benfica são o par designado. O ano que começa é diferente do ano anterior. Em 2019 o FC Porto começava o ano com uma vantagem confortável de 7 pontos. Víamos um Benfica em queda, com um treinador mal-amado (Rui Vitória). Vieira tentou Mourinho e outros mais, enquanto Lage ganhava e cimentava o seu lugar com mérito. Vale a pena perceber o que é que correu mal para não errarmos de novo.

O FC Porto apostou na Taça da Liga como nenhum outro clube. A vontade férrea de ganhar o único troféu que nos falta no Museu do Dragão toldou a nossa inteligência. Em pleno inverno fizemos dois jogos exigentes em três dias (contra Benfica e Sporting) provocando danos irreparáveis na equipa. Esta é uma competição absurda no mês em que se realiza a sua final. A saída noturna de Militão no Porto, provocou alterações no jogo do Dragão em casa contra o Benfica. Pinto da Costa percebeu um FC Porto em dificuldade e em queda e fez o que lhe competia, deu força a Conceição prolongando-lhe o seu contrato nas vésperas do clássico. Mas em campo, o Benfica foi mais forte no início de março e nunca mais parou. Félix ganhava o duelo com Pepe para nossa infelicidade.

Este jogo contra o Benfica ficou ‘ensanduichado’ nos jogos dos oitavos-de-final da Champions contra a Roma, com direito a prolongamento e tudo. O FC Porto foi maior do que a cidade do Vaticano. Depois disto havia que correr atrás do prejuízo no campeonato e enfrentar o impossível Liverpool. Mais desgaste, muita luta onde os do Porto honraram a camisola, mas no

TEMOS DE GANHAR EM ALVALADE. O PLANTEL NÃO É DE ELÁSTICO E A 1.ª LIGA É A PRIORIDADE

fim, e como sempre, ganhou Klopp. Ainda houve Taça de Portugal pelo meio. O FC Porto apurou-se com mérito para o Jamor, mas para minha infelicidade de novo (e das minhas duas filhas que foram comigo), novo balde de água fria com Keizer a sair com o troféu.

Esta resenha serve apenas para todos olharmos para trás e perceber de facto que prioridades devemos ter. Para mim é simples, a prioridade é o campeonato. Temos de ganhar em Alvalade e não voltar ao erro do ano passado na receção ao Benfica. O nosso clube é enorme, mas o plantel não é elástico. É impossível ir a todas e não sofrer um desgaste considerável. É bom que todos percebam esta evidência.