Quando dor se mistura com alegria
É COMO DIZ PAULO PEREIRA, SELECIONADOR PORTUGUÊS DE ANDEBOL:
O CÉU É O LIMITE!
A MORTE É A ÚNICA COISA QUE TEMOS GARANTIDA. UMAS CUSTAM MAIS DO QUE OUTRAS. E QUANDO SE TRATA DE ALGUÉM QUE, MESMO NÃO SENDO PRÓXIMO, É UM ÍDOLO… PAULO GONÇALVES, PELO QUE FOI E ERA, NÃO MERECIA ISTO!
Foi um domingo daqueles! Iniciado com estupefação, sofrimento e dor, mas que terminou com alguma dose de satisfação, dever cumprido e felicidade. Um domingo marcado por tristeza e alegria, presente e futuro, morte e riso. O domingo em que Paulo Gonçalves – um dos grandes desportistas mundiais, português de Gemelhe (Esposende), apaixonado por motos e seus derivados, multicampeão em muitas das variantes desta diversificada modalidade –, nos deixou, num deserto da Arábia Saudita, quando participava na 13.ª edição do Dakar: não sendo um assumido seguidor da competição sei bem quem era Paulo Gonçalves (e de muitos outros lusos que adoram a prova) e depois de ter partilhado tantas e tantas reações, e de ter visto um vídeo referente à presente corrida (fez ontem oito dias, sob um sol abrasador, que mudou o motor da sua máquina e já sem nada pela frente que não fosse competir, continuou em prova porque desistir, nunca! – se tem desistido…), não tenho dúvidas de que morreu um Homem bom, de bem, campeão entre campeões e que deixa um legado impressionante. À família, um abraço de pêsames do tamanho da dimensão do vosso Paulo; a ele… espero conhecê-lo noutra vida!
Mas porque a roda não para de girar, ao final do dia chegaram as imagens boas que mitigam fatalidades: igualmente longe de casa, na gelada Trondheim, a Seleção de Portugal de andebol (depois do futebol a ‘minha’ modalidade – obrigado Rodrigo
Pinto!) joga como as melhores, superioriza-se e apura-se para a fase seguinte do Europeu. E aqui, com lágrimas de satisfação, penso como o selecionador Paulo Pereira: o céu é o limite. O céu onde resplandece uma nova estrela: Paulo Gonçalves.