O DESLUMBRAMENTO DE QUIQUE SETIÉN
RECEBE EQUIPA NA LIDERANÇA DA LIGA
“Nunca pensei que me escolhessem”, diz o novo treinador do Barcelona, um ‘Cruijffista’ militante
Nem em sonhos se vira sentado no banco do Barcelona. Foi esta a ideia transmitida por Quique Setién, adepto incondicional da famosa metodologia de Johan Cruijff, na cerimónia de apresentação no Camp Nou. “Não demorei cinco minutos a aceitar o convite. Nunca pensei que o Barça se decidisse por mim, pois não tenho títulos nem um currículo extenso”, frisou o novo treinador blaugrana, escolhido por professar um tipo de futebol assente na posse de bola: “Quando tomo conta de uma equipa deixo sempre uma garantia. A equipa
“EQUIPA VAI JOGAR BEM, DEIXO A GARANTIA!”, FRISA O TÉCNICO, QUE TERIA DADO UM DEDO PARA ALINHAR NA ‘DREAM TEAM’
vai jogar bem!”. Ficou feita a promessa por quem um dia disse que aprendeu boa parte do ofício quando defrontava o Barça e passava o jogo... a correr atrás da bola.
O técnico de 61 anos surgiu um pouco tenso no Auditori 1899 mas fez sorrir a plateia com uma tirada inesperada. “Nem nos melhores sonhos imaginava estar aqui. Ainda ontem andava a passear ao lado das vacas na minha terra e hoje estou aqui a treinar os melhores do Mundo. É o máximo!”, revelou Quique, que há uns anos confessou que teria dado o dedo mindinho para alinhar na ‘Dream Team’ de Cruijff.
Aviso à navegação
Não escondeu o fascínio pelos novos pupilos mas fez questão... de delimitar fronteiras. “Já falei com o Messi. Disse-lhe que uma coisa é a admiração que tenho por ele, outra coisa é o facto de cada um de nós ter de estar no seu lugar. Desfrutei muitíssimo nestes últimos 14 anos [com o futebol do Barcelona]. Fiquei muito tempo sentado à frente da TV a ver esta equipa”, referiu Setién, não se esquecendo de elogiar Ernesto Valverde, o antecessor: “Agradeço-lhe por me ter deixado a equipa no 1º lugar.”
Cláusula de despedimento
Natural de Santander, região da Cantábria, Setién assinou um contrato válido até 30 de junho de 2022. Como o Barcelona vai a eleições em 2021, o vínculo tem uma alínea que permitirá ao próximo presidente (se Josep Bartomeu não ganhar o sufrágio) dispensá-lo sem ter de o indemnizar. O técnico traz com ele Eder Sarabia (adjunto), Fran Soto (preparador físico) e Jon Pascua (treinador de guarda-redes).