A sobrecarga do calendário
O calendário futebolístico deve merecer da parte de todos os agentes uma análise profunda e despida de preconceitos por parte de todos os intervenientes, nomeadamente dos treinadores e jogadores, no que concerne aos jogadores da I Liga, bem como na recuperação dos atletas para prestações futuras. Não podemos ser só gestores.
Na próxima semana temos a final a quatro da Taça da Liga, que nos merece todo o respeito e com a qual concordamos plenamente. Contudo, não podemos, sinceramente, ignorar a sobrecarga de jogos para estes atletas que acabaram de participar na Taça de Portugal, que cumprem uma jornada – e que jornada – da Liga Portugal e seguidamente, a disputa do campeão de inverno, título atribuído em função da altura do ano em que se realiza.
Vem isto a propósito do número de jogos realizados até ao momento por algumas equipas da Liga Portugal. Trata-se de um tema que deve ser analisado com o devido cuidado, reconhecendo o prejuízo de algumas equipas que disputam um lugar de acesso às provas europeias. A condensação de jogos nesta altura do ano pode prejudicar as ambições legítimas de todos quantos participam neste conjunto de jogos, programados é certo, mas que não beneficiam a elevada prestação que todas as equipas desejariam conseguir.
Atrevo-me a dizer que esta situação carece de um estudo científico, no sentido de todos sem exceção podermos aquilatar os benefícios ou prejuízos de tamanha condensação de jogos e por consequência os efeitos nefastos, ou não, que podem ter, nomeadamente na saúde dos jogadores.
É fácil livrarmo-nos das nossas responsabilidades, mas não podemos ignorar as consequências de nos termos livrado dessas mesmas responsabilidades.