A LUTA CONTINUA
Controlos fora de competição mantêm-se, mas ADoP está limitada às contingências do país
O líder da Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), Manuel Brito, diz que o seu organismo está a seguir a par e passo as contingências desencadeadas pela pandemia do novo coronavírus, mas a luta contra o doping vai continuar, embora com muitas limitações devido ao estado de emergência do país.
“Estamos a seguir as recomendações da Agência Mundial Antidopagem (AMA), que emitiu um comunicado revelando bom senso. O controlo será feito sempre que possível, mas a prioridade atual é a saúde pública. O controlo não poderá colocar em risco nem os atletas, nem os responsáveis pelo controlo antidoping, os chamados RCDs”, sustentou Manuel Brito, em declarações a Record. Com as provas desportivas paradas, os controlos fora de competição mantêm-se, mas, segundo o dirigente, “a grande questão é a sobrevivência”, pelo que “a ADoP estará sujeita, também como recomendação da AMA, às diretivas da Direção-Geral da Saúde e do Governo.” Para além destes constrangimentos há outros, como explicou Manuel Brito. “Os laboratórios de Madrid e Barcelona, com quem trabalhamos, foram encerrados, e o de Gent, na Bélgica, poderá seguir o mesmo caminho. Todas estas situações condicionam o nosso trabalho”, revelou.
A ADoP vai continuar a monitorizar as autorizações terapêuticas para os atletas doentes que tenham de tomar alguma substância proibida, assim como o sistema de localização, pois os atletas terão de estar sempre contactáveis e disponíveis. Manuel Brito tem ainda outra preocupação: “Vêm aí os Jogos Olímpicos. Com a tomada de posição formal do Brasil, Noruega e EUA, acreditamos que sejam cancelados. O objetivo é ter competição livre de doping, mas estamos a viver um momento inédito e difícil, muito dinâmico. Vamos ver, pois tudo pode mudar nos próximos dias.”
“PRIORIDADE É SAÚDE PÚBLICA. CONTROLO NÃO PODERÁ PÔR EM RISCO ATLETAS E TÉCNICOS”, REVELA MANUEL BRITO A RECORD