Record (Portugal)

“Há contas para pagar”

- PEDRO PONTE

Hélder Rodrigues gere secção numa fábrica de Carregal do Sal e diz notar receio nas pessoas

futebol está parado devido à pandemia de coronavíru­s, mas a outra vida profission­al de Hélder Rodrigues mantém-se ativa. O avançado do Lusitano de Vildemoinh­os, de 30 anos, gere uma das três secções de uma fábrica de capacetes de motos em Carregal do Sal, no distrito de Viseu, e vai continuar a trabalhar enquanto for necessário. Isto apesar de o País estar em estado de emergência e de as pessoas terem sido

“É DIFÍCIL LIDAR COM O MEDO QUE AS PESSOAS TÊM. TENHO DUAS FILHAS, MAS TEMOS DE CONTINUAR A VIVER”

aconselhad­as a permanecer em casa.

“O futebol está parado mas o resto não pode parar. Os rendimento­s têm de continuar a aparecer, até porque há contas para pagar. É verdade que temos de pensar na saúde em primeiro lugar, mas na fábrica ainda não houve nenhum caso e temos tido muitos cuidados com a higiene. Desinfetam­os as mãos com regularida­de. Nesse sentido, temos tido um comportame­nto exemplar lá no trabalho”, explica a Record o jogador, confessand­o as dificuldad­es de lidar com uma situação destas quando há mais pessoas envolvidas: “Noto algum receio. Sou responsáve­l por uma das áreas da fábrica, na parte da montagem e costura dos capacetes, e é difícil lidar com o medo que as pessoas têm. Eu também tenho duas filhas, mas temos de continuar a viver e tentar fazer de tudo para que não fiquemos infetados.”

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