“Para manter os pés assentes no chão falava com o meu pai”
Dean Gorré, pai de Kenji, é um homem experiente no desporto-rei. É por isso que o avançado do Nacional considera que conseguiu sempre manter os pés bem assentes no chão, apesar de ter estado ‘desde sempre’ num clube de topo como o Manchester United: “É muito complicado gerir as emoções. Enquanto miúdo, estar num grande clube é fenomenal. Mas para mim, na altura, era normal estar lá. Era como ir à escola, porque não conhecia outra realidade. Sabia que era uma grande honra e privilégio, mas para mim era algo normal, daí que para manter os pés assentes no chão tinha o meu pai para falar sobre tudo. Ele jogou em grandes clubes e ajudava-me com todas as questões. Basicamente, todas as coisas por que passava ele já tinha vivido antes e ajudava-me a ultrapassar.”
Já se percebeu que Kenji é muito ligado à família e foi por causa dela que, apesar de poder ser internacional por Inglaterra, Holanda ou Suriname (onde o pai é selecionador) e
Curaçao, optou pela última possibilidade... “Já me estou a rir, porque me perguntam sempre porque optei por Curaçao. Nessa altura da minha carreira a seleção ia à Gold Cup e eu queria fazer parte daquilo e daquela família unida. Conhecia alguns jogadores e sabia que eram muito próximos uns dos outros. E queria muito jogar nessa competição. Foi um dos grandes momentos da minha carreira, como por exemplo jogar nos quartos-de-final com os Estados Unidos num estádio repleto. Olhando para essa altura foi espantoso fazer história por uma ilha tão pequena e deixar a minha mãe e a minha avó orgulhosas porque o país delas teve muita atenção mediática.”