JOGADORES INDIGNADOS MAS DGS NÃO RECUA
VÁRIOS ATLETAS RECUSAM-SE A ASSINA CÓDIGO DE CONDUTA
LIGA INSISTE EM 18 ESTÁDIOS NA RETOMA
O parecer da DGS gerou indignação junto dos jogadores da Liga NOS. Em causa está a responsabilidade imputada aos atletas, um peso demasiado elevado e que alguns jogadores não querem ter, pelo que Record apurou junto de diversas fontes. Contudo, o nosso jornal sabe que a DGS não tem pretensões de, nesta altura, recuar com as exigências que colocou em cima da mesa, aquando da elaboração do parecer.
Quer isto dizer que, para voltar a haver futebol em Portugal, todos os jogadores (ou uma boa percentagem dos mesmos) terão de assinar o código de conduta individual. Ficou por perceber, porém, o que acontece a quem não assinar, uma possibilidade que, sabe o nosso jornal, ganhou ontem força em alguns balneários. Certo é que a DGS não irá ceder um milímetro no que respeita ao parecer anteontem divulgado pela FPF e pela Liga. O princípio da precaução prevalecerá ao longo de todo este período. As decisões da DGS, a entidade que tem poder delegado pelo Estado, serão soberanas.
Parecer pouco mutável
Com a DGS a manter uma posição irredutível, no máximo, sabe o nosso jornal, podem ser feitos ajustes, mas apenas mediante algum avanço científico ou nova
CLUBES QUE IMPLEMENTARAM CORTES SALARIAIS ACREDITAM QUE ATLETAS VÃO JOGAR PARA RECUPERAREM O ORDENADO
medida preventiva – neste ponto a atenção à Bundesliga, que retoma no sábado, será fulcral. Ainda sobre a indignação dos jogadores, optou-se pela vi ada sensibilização para acalmar os ânimos. Ontem, os capitães da Liga NOS reuniram-se por videoconferência com Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde e responsável pelo grupo de trabalho da FPF que tem feito a ponte com a DGS, e ainda com Joaquim Evangelista, líder do Sindicato dos Jogadores. A reunião durou perto de duas horas, mas a desconfiança dos capitães manteve-se e foram abordados temas como a falta de seguros ou de condições de trabalho. Por outro lado, os clubes que realizaram cortes salariais esperam que os jogadores tenham consciência de que não poderão recuperar nada senão se disputar o que falta do campeonato.
FPF e Liga à mesa
Ontem também ocorreu uma reunião entre a FPF e a Liga. Record apurou que foram analisadas as implicações do parecer técnico da DGS. Uma das preocupações que saltou logo à vista são os gastos com os testes, que andarão na ordem de 3 M€. Refira-se que a FPF disponibiliza a Cidade do Futebol à Liga se dela precisar para qualquer treino de qualquer clube.