O bico e o prego
No dia 15 de abril de 2018, o Benfica jogou contra o FC Porto, no Estádio da Luz. Para não variar, houve uma série de distúrbios protagonizados por elementos dos No Name Boys, que mandaram seis polícias para o hospital.
Seguiu-se o competente processo disciplinar, vindo o Tribunal Arbitral do Desporto, a condenar o Benfica a pesada multa e à interdição, por um jogo, do Estádio da Luz.
O Benfica recorreu para o Tribunal Central Administrativo, defendendo a tese de que os artigos do Regulamento Disciplinar da Liga, que responsabilizavam os clubes pelos atos dos seus adeptos, eram inconstitucionais e, como sempre, distanciando-se do que os NNB faziam, porquanto não os reconhecia como GOA. Inesperadamente, esta tese vingou e o Benfica foi, para já, absolvido.
O Benfica sempre assumiu, relativamente aos NNB, como a outras claques, uma atitude hipócrita, de os não reconhecer como GOAs, para se eximir à responsabilidade disciplinar pelos seus comportamentos, mas, pela calada, continua a financiá-los e a protegê-los.
O certo é que os NNB sempre sentiram as costas quentes, nos incontáveis desmandos em que se envolveram, exibindo sempre uma violência verbal e física superlativa, que, como se sabe, até já
NO NAME BOYS SEMPRE SENTIRAMASCOSTAS QUENTES,EXIBINDO
VIOLÊNCIA SUPERLATIVA
mortes provocou. E o Benfica, esse, assobiava para o lado, com o pretexto de que nada tinha a ver com esses adeptos.
Pois tanta corda lhes deu que a infelicidade lhe bateu à porta, com os tristes episódios que conhecemos.
Resta saber se os culpados são só os energúmenos que apedrejaram e intimidaram ou também quem, anos e anos a fio, transigiu, fingindo que não era nada consigo. Até ao dia em que a besta mordeu a mão do dono. Quem não segura bem o prego, arrisca-se a que o bico vire...