Romã e Pavia não se fizeram num dia
O BENFICA VAI EQUIPAR-SE DE VERMELHO-ROMÃ. TEREMOS, ASSIM, SE AS COISAS CORREREM BEM EM 2020/21, MANCHETES NOS JORNAIS A CELEBRAR OS FEITOS DA NOVA ROMÃ MECÂNICA QUE É BEM MAIS APELATIVA E ORIGINAL DO QUE A VELHA E ESTAFADA LARANJA MECÂNICA
O emblema do Benfica, tal como está representado nos novos equipamentos, não obedece aos estatutos do clube. O departamento de marketing do Benfica porfiou num equipamento controverso, que é tudo o que fazia falta para acicatar o período pré-eleitoral em curso. Chama-se a isto visão estratégica.
O vermelho de lei das camisolas surge agora num tom nunca visto e isso não será um crime, embora haja quem ache que sim. À primeira vista pode suspeitar-se que se trata mais de uma cor de laranja do que do vermelho vivo, vivíssimo, idealizado e posto em prática por Cosme Damião no princípio do século XX. Se fosse cor de laranja o próximo Benfica e se a equipa desatasse a jogar à bola como se lhe impõe, não faltariam as manchetes saudando a Laranja Mecânica nacional e o natural regozijo dos adeptos. E se fosse laranja o Benfica que aí vem, não faltaria o VARanja sempre que o VAR beneficiasse o Glorioso, coisa, aliás, difícil de acontecer. É preciso ter cautelas com as cores, está mais do que provado.
Em socorro desta altíssima
discussão vieram especialistas internacionais da cor ensinar-nos que, na realidade, os equipamentos do Benfica para a temporada de 2020/21 são da cor ‘red-pomegranate’, que é como quem diz vermelho-romã. Ora as romãs são aqueles frutos lindos das romãzeiras, e olhando para as novas camisolas e para uma romã aberta ao meio, sim, confere. Teremos assim, se as coisas nos correrem bem, manchetes consecutivas nos jornais a celebrar os feitos da nova Romã Mecânica que é bem mais apelativa e original do que a velha e estafada Laranja Mecânica.
O que têm em comum nas suas folhas de serviço Sérgio Conceição e Nélson Veríssimo? Nem um nem o outro ganharam alguma vez uma Taça, nem a de Portugal nem a pobre Taça da Liga. E qual é a vantagem de Nélson Veríssimo sobre Sérgio Conceição neste despique por enquanto a zeros? É, justamente, o facto de Veríssimo nunca se ter visto a dirigir uma equipa em finais de Taças. Esta será, portanto, uma noite de estreia absoluta do treinador interino do Benfica nestas andanças. Já o treinador do FC Porto nunca na vida ganhou uma Taça de Portugal nem uma Taça da Liga porque perdeu as quatros finais em que se sentou no banco. Comandando o Sp. Braga, perdeu uma Taça de Portugal para o Sporting e no comando do FC Porto perdeu uma Taça de Portugal outra vez para o Sporting, uma Taça da Liga para o mesmo Sporting e outra Taça da Liga para o Sporting, mas o de Braga. Veremos esta noite se, à quinta tentativa, Sérgio Conceição tem sucesso numa final. Ao contrário do que possa parecer, a estatística está do seu lado.
Ainda a propósito de equipamentos, diz-se que o Benfica vai estrear hoje em Coimbra a sua nova farpela. Se as coisas correrem mal com a Taça de Portugal, é favor não desesperar. Romã e Pavia não se fizeram num dia.
O MARKETING DO
BENFICA PORFIOU NUM EQUIPAMENTO CONTROVERSO