Record (Portugal)

REGRESSO ...E SÓ ACABA EM NOVEMBRO

Clássica Strade Bianchi, em Itália, marca hoje a retoma oficial do pelotão, depois de quase cinco meses a fugir à Covid

- ANA PAULA MARQUES

çNo dia 14 de março terminava o Paris-Nice, que decorreu já com a pandemia instalada na Europa, tendo os organizado­res acabado por anular a última etapa, e limitado o público nas partidas e chegadas. Depois disso, o pelotão mundial entrou num longo caminho de paragem, mas sobretudo de incertezas quanto ao futuro da modalidade. Ainda que a competição já esteja na estrada – hoje a clássica Strade Bianchi marca o regresso do calendário do World Tour –, e com um calendário totalmente reformulad­o e a colocar a época a terminar só em novembro, com as três Grandes Voltas pelo meio, a verdade é que ninguém tem certezas de que as corridas agendadas vão mesmo realizar-se. A UCI já reformulou por diversas vezes o calendário e recentemen­te já foram canceladas as clássicas do Canadá, como outras estão a ser forçadas a alterar o seu percurso, por força das autarquias estarem a bloquear a passagem dos ciclistas. É o caso da Milão-São Remo. Depois há outra incerteza. A presença de público. A Volta a Burgos tem tido algum público, mas sem aglomerado­s, mas a Volta à Polónia vai decorrer à ‘porta fechada’.

Protocolo da UCI

A UCI elaborou um protocolo médico para a retoma, assumindo a responsabi­lidade final de decidir se deve ou não parar uma corrida se surgir um caso Covid-19 numa equipa. E já esta semana, a UCI fez saber que vai “impor medidas mais severas” no caso de quebras desses protocolos sanitários, em particular a organizado­res. “Se um organizado­r de um evento não implementa­r as medidas requeridas pelo protocolo, a UCI pode tomar uma série de ações, de avisos formais para que sejam aplicadas à retirada do calendário internacio­nal desse ou qualquer outro evento desse organizado­r”, explicou. As multas podem ir de 930 a 9.300 euros. O protocolo Covid elaborado pela UCI contempla um médico em cada equipa e um decretado pelo organizado­r. É criada a bolha da equipa, onde só entram os ciclistas e staff que fizeram antes vários testes à Covid-19 e, claro, com resultado negativo. Para todas as corridas, os atletas devem passar por dois testes, o primeiro a ser feito seis dias antes da prova e o segundo com três dias de antecedênc­ia. Os testes durante as corridas só serão realizados nas três Grandes Voltas (Tour, Giro e Vuelta), especifica­mente nos dias de descanso. Também durante as corridas, os ciclistas devem relatar os sintomas de manhã, quando se tratar de provas de um dia, e manhã e à noite todos os dias em provas por etapas.

O protocolo da UCI visa ainda medidas de distanciam­ento social e regras especiais de alojamento nos hotéis de cada equipa. As cerimónias do pódio também são adaptadas, sendo ainda a UCI responsáve­l por um protocolo antidoping especial.*

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REALIDADE. Pelotão cumpre regras (uso de máscara) antes de começar a pedalar
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