Agora com público, se faz favor
ç Para o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, não há dúvidas: escolhia Lisboa novamente para organizar esta inédita fase final da Champions. Foi uma organização de topo, como o próprio salientou.
Já antes, com a retoma da Liga portuguesa, ficaram sinais claros de que não seria a Covid-19 a fintar o regresso do futebol aos estádios do País. Tudo decorreu dentro da normalidade possível num percurso sem acidentes.
Está aqui a prova de que já é mais do que tempo de passar à fase seguinte. Não faz o mínimo sentido que o futebol continue vedado ao público quando, aqui e ali, em recintos com menos condições, noutro tipo de eventos, vemos aglomerados de pessoas.
E talvez o problema nem esteja em permitir que essas outras indústrias possam ter plateia. O pior é quando, em todo este processo, no que toca à parte portuguesa, continuamos a ter filhos e enteados. Um concerto sem público não é um concerto. Mais parece um ensaio. Mas desporto de bancadas vazias, por mais bem organizado que esteja, é pouco mais do que um treino.
A indústria do futebol, em Portugal, tem condições, conhecimento e capacidade “de topo”, como diz Ceferin, para reabrir portas. Adiar esse passo natural e lógico é injustificável. É estar a sacrificar uma área que precisa de gente para viver (e sobreviver). É ignorar, só para algumas partes, que é possível regressar, em segurança, à celebração de um espetáculo. E a médio prazo esse vírus pode ser o pior de todos.
NÃO FAZ O MÍNIMO
SENTIDO QUE O FUTEBOL CONTINUE VEDADO AO PÚBLICO