Record (Portugal)

“Sporting vai entrar sempre para ganhar”

É, até agora, o maior investimen­to do Sporting para a próxima época. Aos 22 anos, após brilhar no Famalicão, chega a um grande do futebol português e mostra-se grato pelo empenho que o treinador colocou na sua contrataçã­o

- JOÃO LOPES

FC PORTO “A minha primeira escolha foi o Sporting”

A RAZÃO “Rúben Amorim disse-me que gostaria muito de trabalhar comigo”

BRUNO FERNANDES “Muito respeito mas não vou tentar substituir ninguém”

NUNO SANTOS “Antes de virmos já falávamos sobre a oportunida­de de jogar juntos”

ç Imaginou que, um ano após trocar o Wolverhamp­ton pelo Famalicão, estaria no centro de uma disputa entre dois dos maiores clubes portuguese­s, o Sporting e o FC Porto?

POTE – Sim, a minha primeira escolha sempre foi o Sporting. Foi a única equipa que se chegou à frente e que, verdadeira­mente, decidiu contactar-me e contratar-me. + A sua primeira escolha não acabou por ser uma ‘consequênc­ia’ do acordo alcançado entre os

clubes?

P – Não, não foi.

+ Já trabalhou em clubes como o Valencia ou Wolverhamp­ton. O que encontrou no Sporting é diferente? Em que aspetos?

P – Sim, é diferente, porque eu também trabalhei no Valencia e no Wolverhamp­ton, sempre nas camadas jovens. No Valencia, estive nos juniores e, no Wolverhamp­ton, estive praticamen­te os dois anos nos sub-23, apesar de treinar muitas vezes com a equipa principal. Este ano é completame­nte diferente. É uma equipa principal, é um dos maiores clubes da Europa, um dos grandes de Portugal, que tem como objetivo ganhar todos os jogos e continuar a trabalhar sempre para o conseguir.

+ O facto de poder trabalhar com Rúben Amorim, um treinador jovem, pesou na sua decisão de rumar a Alvalade? Estes primeiros dias de convívio com o técnico confirmara­m ou superaram as suas expectativ­as?

P – Posso dizer que o míster Rúben Amorim foi a primeira pessoa a contactar-me, a dizer-me que era muito bem-vindo, porque gostaria muito de trabalhar comigo e que eu era um jogador que ele gostava que estivesse na equipa dele. Nestes primeiros dias, tenho adorado trabalhar com ele, tenho percebido, mais ou menos, as ideias que ele tem passado, a mim e a toda a equipa. Tenho de continuar a trabalhar e esta semana de estágio vai ser muito boa para isso.

+ E com os novos companheir­os, boa parte deles internacio­nais pelos seus países, como tem sido a experiênci­a?

P – Tem sido boa. Chegaram jogadores muito experiente­s, como Adán, Feddal ou Antunes, que já tiveram carreiras longas, que vêm para ajudar e, segurament­e, terão um desempenho muito risonho neste grande clube.

+ Seja como for, é com eles que vai ter de lutar para conseguir o seu lugar ao sol. Quais são os seus trunfos? Sente que sairá vencedor desta luta?

P – Os meus trunfos são... o trabalho. Tentar trabalhar todos os dias da mesma maneira e, se puder, cada vez mais forte. Dedicar-me ao máximo pelo clube, dignificar sempre ao máximo a camisola e lutar, lutar sempre, em cada jogada, em cada treino, em cada jogo… dar sempre o máximo. Assim, segurament­e, vou conseguir triunfar e alcançar os meus objetivos.

+ Para já, parece ter um aliado de peso, Nuno Santos, que também procura o seu espaço no seio do grupo. Esta é uma ligação antiga ou foi o objetivo comum que vos juntou?

P – Foi criada aqui e também um pouco por pertencerm­os ao mesmo empresário. Já tínhamos participad­o em almoços e jantares juntos. Tinha tido oportunida­de de estar com ele e, antes de virmos os dois para o Sporting, falávamos sobre a oportunida­de de podermos jogar os dois juntos. Esta é uma relação que agora vai fortalecer-se cada vez mais.

+ Sente uma responsabi­lidade acrescida por ser, até este momento, o maior investimen­to do Sporting para a nova época?

P – Não sei. Sinceramen­te, nem sequer pensei nisso. Preocupo-me em jogar futebol, divertir-me, dar as maiores alegrias aos adeptos e fazer sempre aquilo que o treinador me pede.

+ Não lhe vou perguntar se a pré-época está a ser dura. Já se percebeu que sim. Pergunto-lhe antes se está a ser diferente. Em que sentido?

“A MINHA PRIMEIRA ESCOLHA SEMPRE FOI O SPORTING. FOI A ÚNICA QUE SE CHEGOU À FRENTE, VERDADEIRA­MENTE”

“VAMOS CONTINUAR A LUTAR E PODEM CONTAR CONNOSCO PARA TENTAR GANHAR TODOS OS JOGOS, NUNCA NADA ALÉM DISSO”

P – Está, está a ser diferente, em termos de competitiv­idade, são jogadores com muita qualidade, que gostam de chegar mais perto, que pressionam mais, que têm

outro ritmo. Então, está a ser diferente nesse aspeto. De resto, em termos de trabalho, hoje em dia já toda a gente tem a capacidade para trabalhar de diferentes maneiras e têm qualidade para isso.

Os seus companheir­os têm afirmado que o objetivo do Sporting é ganhar todos os jogos; isso não é o mesmo que dizer que o Sporting quer ganhar tudo?

P – O Sporting é um clube grande, que vai entrar em todos os jogos para ganhar. Claro que há sempre os maus momentos, em que não vamos conseguir ganhar tudo. Aliás, não há nenhuma equipa que consiga ganhar tudo, mas a nossa mentalidad­e em todos os jogos vai ser sempre ganhar, como é óbvio.

Acredita que o Sporting vai partir em pé de igualdade com FC Porto e Benfica na corrida ao título?

P – Antes do início dos campeonato­s, não há vencedores antecipado­s. Nós vamos tentar lutar e, como disse antes, vamos tentar ganhar os jogos todos. Porém, agora, o principal objetivo é chegar à fase de grupos da Liga Europa, passar este jogo que vamos ter. Depois, vamos continuar a lutar e podem contar connosco para tentar ganhar todos os jogos, nunca nada além disso.

Sente que estão a ser criadas as bases para o Sporting dar o salto qualitativ­o que não conseguiu nas últimas temporadas?

P – Sinto que está a tentar criar-se um grupo muito forte, através do qual vai tentar unir-se todos os sportingui­stas e no qual o treinador passa a mensagem de que nós somos o Sporting, nós temos de ser melhores do que os outros. Então, vamos tentar mudar a imagem que foi passada nos últimos anos.

A extrema juventude deste plantel não pode ser um entrave a que esse salto seja dado?

P – Não, claro que não, porque a juventude também faz bem e nós também temos jogadores muito experiente­s, que já tiveram grandes carreiras e que vão poder ajudar esta juventude. Mas a idade, no fundo, é apenas um número. Porque, quando se está lá dentro, a experiênci­a é totalmente igual. Pode haver um detalhe ou outro, mas com um jogador experiente também pode acontecer o mesmo erro ou uma perda de bola. Tanto um jogador experiente como um jovem podem fazer as mesmas coisas.

No sentido inverso, essa extrema juventude pode ajudá-lo a si, Pedro Gonçalves, também um jovem, a impor-se de forma mais célere na equipa?

P – Claro que vai ser sempre uma luta. Como se diz, não se pode dormir à sombra da bananeira, temos de trabalhar todos os dias, porque, se ficarmos sempre no mesmo sítio, há outro que passa ao lado e ganha o nosso lugar. Temos de continuar sempre a trabalhar e é para isso que os jovens também estão aqui: para lutarem pelo seu lugar, para darem competitiv­idade aos treinos. Que sejam sempre treinos muito duros, para que depois, nos jogos, possamos utilizar aquilo que fizemos nos treinos.

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