“Governo tem de ver que somos um refúgio”
Germano Pinho lidera o Padroense e teme efeitos de época sem bola na vida dos mais novos
ç Com os escalões jovens em risco de não arrancarem esta temporada, Record tentou perceber como é que os clubes vivem com esta ‘ameaça’. O Padroense é o único fora da Liga que tem cinco estrelas na formação e diz que, “fruto de uma gestão bem feita, vai manter-se firme”, mas há receio pelos atletas. “Estamos a falar de milhares de jovens. Nós temos cerca de 600 só na formação. São muitos miúdos! Falo com muitos pais e mães, sempre a perguntarem quando é que começa, porque os filhos já estão a rematar contra os
“ESTAMOS A FALAR DE MILHARES DE JOVENS. NÓS TEMOS CERCA DE 600 SÓ NA FORMAÇÃO. SÃO MUITOS MIÚDOS”, APONTA
roupeiros. Os clubes são portos de abrigo que complementam educação e equilíbrio emocional e físico”, explica-nos Germano Pinho, presidente do clube. O dirigente refere que “se a época ficar parada, será o fim da carreira para muitos” e pede atenção a quem manda. “Os clubes estão nos cuidados intensivos. Houve medidas excecionais para tantas áreas... O Governo tem de ver que somos um refúgio para muitos jovens, por isso as autoridades têm de olhar para os clubes com um olhar solidário. Não é pensarem ‘lá vêm estes pedir dinheiro’”, aponta. Ainda assim, defende que têm de existir cuidados. “Nós temos 22 equipas só para dois campos. Claro que é difícil e aceitava se tivéssemos de ter menos equipas esta época. Deve haver exigência e medidas, mas não podemos ser radicais”, acrescenta.
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