Record (Portugal)

Renovar ou vender?

- Nuno Encarnação Gestor

ç O Porto tem por estes dias dossiês muito difíceis para resolver.

Estamos a poucos meses de ver jogadores de excecional qualidade como Alex Telles, Sérgio Oliveira, Otávio, Marega, Tiquinho e Aboubakar terminarem os seus contratos.

Há regras que deviam ser interioriz­adas, mas parece que certos maus hábitos são recorrente­s no Dragão.

Nos últimos dois anos, saíram a custo zero do Dragão jogadores como Brahimi, Herrera, Marcano, Reyes e Adrián Lopez. Estes jogadores estiveram mais de 4 épocas no Dragão e durante esse período temporal o Porto nunca os conseguiu vender, capitaliza­ndo o valor real e desportivo que os mesmos traduziam em campo, bem como o valor investido em cada um.

O caso de Adrián ainda é mais gritante. Cinco épocas de Dragão ao peito (com muitos empréstimo­s pelo meio) com 11 M€ pagos por 60% do seu passe (pela mão de Jorge Mendes).

Sobre os jogadores que daqui a meses terminam o seu contrato, ou a administra­ção da SAD tem garantias de que as renovações serão canja, ou, se a ideia é vender, cada dia a mais será sempre pior para o Porto.

Quanto mais um contrato se aproxima do fim, o crescente poder negocial do jogador e do seu empresário encostam necessaria­mente o Porto às cordas.

O Porto, pela débil situação financeira que apresenta, não consegue competir financeira­mente com ninguém na renovação destes contratos. Ou os jogadores têm real amor ao clube e ajudam a deixar alguns milhões nos cofres de quem os promoveu e formou ou, se forem todos ‘Herreras’, o fim é um ‘déjà-vu’.

A renovação de jogadores como estes implica dinheiro fresco disponível para um chorudo prémio de assinatura (onde se somará uma maquia para o empresário). Para além disto, e uma vez que os jogadores se encontram na casa dos 27/29 anos, qualquer um deles quererá fazer o contrato da sua vida.

Tudo somado significa um novo aumento dos custos fixos do clube. Atos destes nas contas do clube são como dar açúcar a um diabético.

Custa-me estar a explicar isto ao administra­dor financeiro do Porto da mesma forma como junto letras num jogo de ‘scrabble’. O Dr. Fernando Gomes está careca de saber que a não resolução atempada destes problemas, trazem a perda de dinheiro efetiva para o clube e a consequent­e diminuição da qualidade do plantel.

O scouting do Porto tem de funcionar muito bem, aliás como sempre funcionou na história do Porto, porque nos dias de hoje vender não é o melhor remédio. Para nosso infortúnio, será mesmo o único remédio.

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